A sete anos atrás, a essa hora, eu estava na maior aflição. Pense na agonia. Era um tal de calor, frio, calor, frio, dor, ansiedade, calor, frio, onde está o médico. A enfermeira patética ia e vinha, com um papo de parto natural. Eu quero minha analgesia, que o médico me prometeu. Tem que andar, disseram. E eu podia? Nesta hora mais ou menos, dezesseis e quarenta, decidi: fui ao telefone e disquei para Dr. Eugênio, que estava em meio a uma virose brabíssima. Quando chegou, perguntou: "por que não ligou antes?" Olhei para a imbecil enfermeira a quem eu pedira quase chorando diversas vezes que chamasse o doutor. "Não é hora ainda", dizia ela, tirando o mão de entre minhas pernas, "não tá na hora".
Mas aí as 18:12h do dia 8 de julho de 1998 minha vida mudou completa, intensa e maravilhosamente. Clarinha nasceu, enrugada, vermelha, grandona, enfezada. Parto normal. Da minha geração, sou uma das poucas que eu conheço que fez. Já estou acostumada a isso.
Feliz aniversário, preta, boneca, moleca, meu amor, minha linda, Clarota, a luz do meu viver, a estrela da vovó. Que você cresça dentro desta auréola de amor e inocência que não se desprende de ti jamais. Te amo demais.
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