28 de out. de 2004

Centenário




“Eu bem sabia / Que esse amor,
um dia / Também tinha seu fim /
Essa vida é mesmo assim / Não
Penses que estou triste / Nem que
vou chorar / Eu vou cair no frevo /
Que é de amargar / ...”





Capiba eterno a cada fevereiro e sempre.

Leia aqui Capiba por ele mesmo.

27 de out. de 2004

Sou Coruja


Isso eu já sabia, sou mãe-coruja!



Você é uma sábia coruja!
A coruja é uma ave noturna, símbolo do conhecimento racional. Você é uma pessoa que gosta de estudar e fazer uma reflexão sobre todos os aspectos de sua vida. Seu dia a dia é bastante regrado. Ai, se alguma coisa estiver fora do lugar ou, dando errado. A coruja não gosta de arriscar e investe apenas naquilo que é certo para ela. Aqui vai uma dica: se você mergulhar no seu interior, descobrirá que tem grande percepção do oculto.

Clique aqui para fazer o teste tb!



26 de out. de 2004

Virgulino Ferreira



"Neste momento chegou ao sótão uma "romeira" velha, conduzindo um presente para Lampião. Era um pequeno "registro" e um crucifixo de latão ordinário. "Velinha", apresentando as imagens: "Stá aqui, seu coroné Lampião, que eu truve para vomecê".

- Este santo livra a gente de balas? Só me serve si for santo milagroso.

Depois, respeitosamente, beijou o crucifixo e guardou-o no bolso. Em seguida tirou da carteira um nota de 10$000 e gorgetou a romeira."


Um tema recorrente na minha lista dos "interesses insatisfeitos" (aqueles que tenho e nunca satisfaço) é o da História e Vida de Lampião e sua parceira, Maria Bonita. Ainda no início do ano estive em Triunfo e, lépida, fui conhecer um museu em sua homenagem, que dizia possuir relíquias suas, do qual sai bem decepcionada. A única coisa realmente legal que lá vi foi uma carta escrita de seu próprio punho, que fotografei, a foto porém não foi revelada, estragou-se. Para quem gosta do assunto, este site me pareceu bem completo, embora não possa confirmar se todas as informações de lá procedam, entre elas esta entrevista com Virgulino de onde retirei o trecho acima. Com isto, aproveito para dar vazão a um dos objetivos que busco também com este blog, de inserir temas referentes a cultura popular nordestina, que muito me empolga e com a qual me sinto permanentemente em dívida...

25 de out. de 2004

Cai-cai

Depois que caiu a quase três semanas o prédio em Jaboatão dos Guararapes, agora virou moda, quase todo dia estala um prédio na região metropolitana do Recife e o povo sai com medo. Que beleza. O de hoje fica em Olinda. Semana passada foi na Imbiribeira. É impressão minha ou Recife está se tornando a capital dos problemas insolúveis e atípicos?

24 de out. de 2004

Mafalda, por Clarinha



"Quer dizer que ela é uma menina que detesta sopa e injustiça?"

Dá de vinte

"Trata-se de um Harry Potter para adultos".

Mas que frase linda, não acham?

Ela tá na reportagem da Superinteressante sobre o Código da Vinci que a Lu indicou (post de 14 de outubro), e foi dita pelo Marcos da Veiga Pereira, da editora Sextante.

Eu concordo sim que é o tipo de livro que agrada a um tipo específico de leitor adulto devorador dos livros da Rowling. O problema é que, apesar de estar gostando muito do livro do Dan Brown, ainda continuo achando que HP "dá de vinte" no Código. Será porque o amor é cego?

A propósito, na esteira da onda do Código da Vinci, a Veja também está com seu especial sobre o assunto na rede.

23 de out. de 2004

Rir faz uma falta!

Visitem quando quiserem sorrir: Placas Ridículas

Pequena amostra:






Caraca

Esse filme vai lotar os cinemas recifenses. Espero que preste. Detalhe: baseado em fato real. Não tiveram a mesma sorte(sentido amplo) deste aqui.

22 de out. de 2004

15 de out. de 2004

O dia de hoje

No dia em que trabalhei nas eleições municipais, um fato me comoveu, emocionou, preencheu minha tarde.

Havia findado o tumulto da manhã (a urna da seção em que trabalho quebrou, foi um Deus-nos-acuda) e estávamos meio que apenas esperando a última hora e meia de votação. Corria preguiçosa e calorenta a tarde no salão do Timbuzinho onde, em círculo, se organizavam entre cordas as mesas eleitorais com suas cabines e voluntários enfadados. A velhinha chegou e chamou logo atenção.

Ela estava muito mal vestida. Eu tive aproximadamente 90% de certeza de que ela era moradora de rua – embora este número tenha diminuido com o decorrer da situação - por sua aparência não suja, mas pobre, e pelo saco de plástico transparente de tamanho médio em que carregava muitas coisas, a maior parte dela aparentemente de papel. Não trazia bolsa. Ela não tinha substância na parte frontal do pescoço – é, isso mesmo. Onde deveria haver uma garganta, cordas vocais, tiróide, não havia nada. Um oco recoberto de pele idosa, mas saudável – não havia ferimentos, só umas manchas um pouco escuras e naturais em uma mulher de sua idade.

Cabelo branquinho, branquinho, muita agitação. Gesticulava muito, pois não podia falar. Isto ficava claro por sua movimentação, apontando para a ausente garganta e agitando negativamente os dedos indicadores, a cabeça, o corpo todo, eu diria. Sua ansiedade e postura, o corte de cabelos à altura das orelhas me lembrou muito minha mãe, devo confessar.

Ela aproximou-se, tentando comunicar-se. Não demorou muito, a presidente da mesa entendeu o que ela queria. Descobrir sua seção para poder votar. Dispunha os dedos indicando o 16. Não temos seção 16 aqui, dizíamos. Ela sentou, abriu o saco, buscou uma folha de revista. Pensei: “a mulher é louca”. Desdobrou a folha. Dentro, um papel xerografado. Identidade. Olhei a data de nascimento. 1925. “A senhora não precisa votar”. Eu sou uma estúpida mesmo.

Ela pareceu impaciente. Traduziram para mim, as mais experientes com eleição: “Ela quer votar”, a presidente disse. Procurei na lista, não constava seu nome. “Não, não é aqui. A senhora precisa procurar”. Imbecil, eis o que sou. Estávamos as quatro mesárias em seu torno, tentando entendê-la e ajudá-la, mas não estávamos obtendo sucesso. Não sei se a chamaram ou não, sei que a administradora do prédio apareceu e levou a velhinha. Passei muito tempo olhando-a sentada a cinco metros, ainda agitada, nervosa, até que esqueci dela em meio às atividades finais do dia. Faltava pouco mais de meia hora para as cinco da tarde.

Depois de alguns minutos, revi a camisa cor-de-rosa da administradora gordinha, mas não a velhinha. Chamei. “Ela está ali votando. Sim, eu achei. Procurei em todas as seções, achei seu nome. Ela vota na 6ª seção, o pessoal até lembrou dela, sempre aparece para votar”. Espiei, ela estava lá mesmo.

Ai, ai, ai, como sou burra. 16, 6, fácil confundir. Eu confundiria.

Depois de mais um pouco a reencontrei andando meio desorientada, mas o fato é que ela fizera o que pretendera, votara. Eu vira.

Finda a eleição, boletins gerados, urnas e balangandans encaixotados, alguma calma se estabeleceu no ambiente, a camisa cor-de-rosa se aproximou, começou a contar.

Quando a velhinha sentou-se naquela cadeira, resolveram fazer o que chegamos a sugerir, mandá-la escrever o que queria. Aí ela escreveu.

“Não sou louca. Voto aqui a muitos anos. Sou professora aposentada”.

Parabéns aos mestres que sustentam em meio a tantas desenganos a difícil situação da educação neste país.

Parabéns mais ainda às professoras e professores de escolas públicas de ensino pré-escolar, fundamental e médio, sem querer desmerecer os demais, por que elas e eles definitivamente são sofridos e batalhadores.

Parabéns a mamãe, que é professora, brevemente aposentada, e um dos maiores exemplos de educadora amorosa que conheci e que muitos conheceram.
O velho ditado "Mãe é mãe, pai é quem cria" nem sempre se valida...

13 de out. de 2004

Livro 7

Definitivamente, ando nostálgica...

Se eu fosso vereador, tentaria tombar aquele galpão da Livro 7, onde reside nossa memória espiritual. Colocaria uma placa na entrada, dizendo "Aqui, o povo de Pernambuco aprendeu a amar os livros". (Samarone Lima)

Clica na frase e lê tudo...


Humor Global - Até que não tava tão ruim



Os Ministros SuperPoderosos - Dirceuzinho, Pallocinho e Gilzinho.

Uma da Marinete: a vizinha chama para ver A Dona da História (filme em cartaz com Marieta Severo - olha o merchandishing aí, gente...), o comentário é que se a personagem foi casada no passado com o Rodrigo Santoro, é no presente com o Antônio Fagundes, e ainda está na dúvida se fez a coisa certa, é porque só pode ser maluca, quáquáráquáquá...
Criado o blog Os Vinis da Sweet. Cliquem na imagem abaixo ou no link da lateral e entrem lá. Por enquanto, só o post sobre o Zona de Fronteira, mas entrem lá nem que seja para dizer se tá bonitinho, sim? Breve, o disco da Zizi Possi, "Estrebucha Baby", de 1989.



Update: mil perdões ao Emerson por ter, no afã de organizar o blog, apagado 'por tabela' seu comentário no post do João Bosco deletado. Com isso aprendo: nunca mais apago um post de blog nenhum...

9 de out. de 2004

Ando muito poética, quero falar que adorei a página de poesias do Aquém da Imaginação, agora link fixo aí na lateral do Maio. Vão lá e apreciem!

"Minha música vem da
música da poesia
de um poeta João que
não gosta de música"


E a minha, vem de onde?

A Alquimista

Sussurro o poema como prece fora,
alheio ao sono ele se pranteia,
à beira da cama.
Logo retrocedo:
não é verso, não,
é receita mágica,
coquetel de bruxa.
Quem ao meu lado medra,
à visão maléfica dos olhos vermelhos que em mim afloram,
ignora a fé das palavras que acrescento à mistura.
Acalmado o pulso no que arranha a página,
vou vertendo poções de verbo pelos quatro cantos da casa,
em meio aos morcegos que me seguem
e estes pássaros sem asas.


E a de todo mundo?
"Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados,
Para chorar e fazer chorar,
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses,
Mãos para colher o que foi dado,
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida;
Uma tarde sempre a esquecer,
Uma estrêla a se apagar na treva,
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sôbre um berço,
Um verso, talvez, de amor,
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E que por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre,
Para a participação da poesia,
Para ver a face da morte -
De repente, nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte apenas
Nascemos, imensamente."


                     (Poema de Natal - Vinícius de Moraes)


Por favor, leiam isso na minha morte. Chorem pouco e velem pouco. Não deixem passar o dia para me enterrarem. Não me ponham em caixas de concreto, por favor. Ou terra ou fogo. Não estou sombria nem nada, só tenho recordado a presença da morte ultimamente, que é algo no que precisamos eventualmente pensar ao longo da vida. Se possível for, que me enterrem diretamente na terra, sem caixa de madeira, mas sei que não é (possível). Boa noite.

6 de out. de 2004

O matemático Oswald de Souza

Já notaram que tudo que a Globo quer que pareça sério coloca ele no meio? É, do Oswald de Souza mesmo que tô falando, este onipresente ser que a todos submete com seus números e contas. Ele falou, tá falado. Quando o repórter diz "O matemático Oswald de Souza fez a previsão..." ou "os prognósticos foram calculados pelo matemático Oswald de Souza...", não tem mais o que discutir. Daí que agora eles precisam colocar o Oswald de Souza nos núcleos novelísticos da Poderosa, né? Olha aí, descaradamente copiado do blog da Bruna, sobre Senhora do Destino (não costumo entrar em site de novela não, foi só procurando fotos da Carolina/Lindalva que lá cheguei):


"Em 1968, Lindalva tinha 2 meses e Reginaldo, seu irmão mais velho, tinha 9 anos. Se a novela está em 2004, agora, Lindalva/Isabel tem 36 anos e Reginaldo tem 45 anos. Dá pra acreditar? Mas se Lindalva/Isabel tiver uns 20 anos, que é o que parece, então a novela tá rolando em 1988. E os celulares? E as roupas? E os carros? Será que o povo da Globo achava que ninguém ia se dar conta disso?"

Como em novela uma coisa sempre puxa a outra, 'cês viram ontem a aula de assassinato que deram, gente? Coisa de primeira... Basta um ventilador e uma piscina e você pode livrar-se dos seus desafetos... Lembrei do meu professor de Penal... Gozado como o idiota do taxista não desconfiou de nada, né? Vai ver ele pensou que a moça queria dar uma de Marilyn Monroe, curtindo algumas taras...

5 de out. de 2004

Desprestígio

Do DP: "A Constituição brasileira completa hoje 16 anos com 44 emendas. Até a noite de ontem, nenhuma comemoração estava marcada no Congresso Nacional para a data."



Também, não e prá menos... Veio a calhar essa imagem que encontrei no Google...


Agora vai

Tantos e engraçados eram os nomes dos candidatos surgidos nesta campanha, que eu procurei antes do dia 3 quem era candidato lá na longíngua e paraibana São João do Tigre do meu povo, recordando personagens como Dona Catota e Mané Bilola (que de fictícios nada tem), sem ter encontrado. Agora, passado o pleito, não é que desvendei o mistério? Ó só:

Elegeram-se: Negrinho Lola, Claudivan, Valdiro, Regi, Jóia, Janes Santos, Ary, Luiz da Aroeira, Nene.

Isso é que é Câmara de Vereador, né, não?

Os vencidos: Chico Bevenute, Lucélio, Biu, Nico, Laudenor, Gilberto de Adalberto, Antônio de Ismael, Adelmo, Cloves, Cicinho de Cândida, Maria da Lagoa, Antônio Adelaido, Gonzaga.

Cidade pequena é assim. Ninguém precisa de sobrenome. Na dúvida, se tem dois Gilberto, chama o do Adalberto (o pai, lógico). Esse tal Janes Santos, num sei prá que tanta coisa. E adonde que tem alguém com nome igual, avalie numa cidade com 3009 eleitores e 10 urnas, pie mermo? Oxêm, isso é coisa de gente amostrada, sô... Prá que sobrenome... Pena que Beto Beleleco não se elegeu prefeito...

1 de out. de 2004

Mukhtaran

Essa foto merece estar aqui



Leiam a história. Neste link também tem.

52 urnas irregulares são apreendidas



Domingo, antes das sete da matina, como milhares de brasileiros, estarei me encaminhando a uns dos inúmeros prédios que abrigam sessões eleitorais por esse país afora. Eu só trabalhei até hoje em duas eleições, mas me sinto mais ou menos tarimbada no serviço, que é muito fácil e exige um mínimo de atenção. Recordo a rotina inicial: chegamos, procuramos os administradores de prédio, localizamos o presidente de nossa seção, buscamos o material, incluindo a urna eletrônica, que tiramos da caixa, instalamos, enfim... Da primeira vez que trabalhei, aconteceu que a presidente da mesa atrasou e, como 1ª mesária, me adiantei a receber tudo. Enquanto isto ocorria, a presidente chegou, e eu a acompanhei muito de perto, pois não sou de ficar de braços cruzados em nenhuma situação. É por essas e outras, que uma notícia dessas me deixa de orelha em pé. Nunca acreditei muito no nosso sistema eleitoral, e só acho que piorou com essa automatização, na qual, pelos parcos conhecimentos de informática adquiridos por mim em quase quinze anos mexendo muito mal nessas maquininhas infernais, não posso me dar ao direito confiar...