25 de jun. de 2007

Degaldina

"A casa renascia de suas cinzas e eu navegava no amor de Degaldina com uma intensidade e uma felicidade que jamais conheci em minha vida anterior. Graças a ela enfrentei pela primeira vez meu ser natural enquanto transcorriam meus noventa anos. Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minha cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco"

Já que me faltam palavras (dez dias sem blog, estou enferrujada), uso as do Garcia Márquez (salve, salve!), que têm me encantado nos últimos dias.

15 de jun. de 2007

Prá adoçar o azedume do dia...

... sorrisos, coisas fáceis...


Porque rir nem sempre é o melhor remédio, muitas vezes é o único ...




Sorriso comestível ou sorriso-comercial-de-escova-de-dente ou "o sorriso perfeito", como queiram.




Sorriso gato 1.




Sorriso gato 2, ulalá.




Sorriso cruz-credo. Credo em cruz, vixe...




Sorriso gat(inho) 3. Fofo.




Sorriso aparentemente lindo, mas no fundo no fundo enigmático. Observem a expressão de dor de barriga da linda criança. Observem o detalhe da rosinha escondendo a caquinha que tá escorrendo. Eca.




O sorriso da cabrita. Que linda, adorei. Pena que o meu filho-calango é lindo, mas não sorri. Será que se eu insistir bastante um dia aprende, tal como aprendeu a atender ao meu assobio?



E tu, já deu um sorriso hoje? Eu não. Tô começando agora.





E é?
Só não sorria alto demais, que isto muito irrita os mal-humorados, daí eles levam uma pá de horas para soltarem o primeiro sorriso...

10 de jun. de 2007

"Dançar, ora não dançar"

Santa Rita de Sampa pregou. Sou sua discípula obediente:

"Dance, dance, dance
Faça como Isadora
Que ficou na história
Por dançar como bem quisesse
"

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Ela quer faixas para as madeixas, recém cortadas. Dêem-lhe faixas. Ela está tão bela, o tempo passou e nem percebi. O "fruto que eu colherei" floresce.

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Perceberam o selo ao lado? O novo? Não comento a barra lateral, em geral, mas esta inclusão é merecedora: trata-se do blog PEBodyCount, organizado por jornalistas pernambucanos para tratar especificamente do problema da violência na terrinha amada e castigada. O PEBodyCount se apresenta assim:


"O PEbodycount nasce da inquietação. Surge para transformar a perplexidade passiva, de um Estado de vidas abreviadas à bala, em sentimento de que é possível construir saídas coletivas. Acreditamos que não basta indignação. Os caminhos existem e descobri-los é uma missão difícil. Mas possível. É preciso iniciar o percurso. O PEbodycount apresenta-se como uma ferramenta para ajudar a trilhar estes caminhos. Não queremos apenas contar cadáveres. Queremos também contar histórias e ajudar a mudar realidades. O blog é uma organização apartidária e sem fins lucrativos. O PEbodycount é um ponto de confluência de análises, críticas, denúncias e sugestões para implementação de políticas de segurança pública. O espaço aberto funciona, terminantemente, como um centro irradiador de cobrança diante do quadro de alarme. Cada morte registrada no contador alimenta a cobrança e, especialmente, a busca por saídas coletivas. A necessidade de utilizar o nome em inglês num Estado culturalmente tão forte se impõe ao fato de que o site une-se ao Riobodycount e Iraqbodycount, locais onde os mortos já começaram a ser contabilizados e divulgados diariamente na internet."


Eu gostei. Por isso, divulgo.

Pode parecer mórbida a idéia do contador de homicídios, mas é impactante, funcional e, creio, conscientizadora. No meio da semana eu a espiei (como tenho feito quase diariamente) e, recordo, o contador estava em 384. Hoje, está em 411. Guerra civil, senhores. Silenciosa demais, pior de tudo. Quando eclodir ferozmente teremos favelas sitiadas como no Rio?

Esta foi a faixa que vi na Av. João de Barros, ali pela altura do conservatório, manhã dessas. E que me chamou a atenção para o blog e a campanha:



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Preciso parar urgentemente com a mula, ou pelo menos de procurar o Zé por lá, se quiser que essa monografia saia. Apresento-lhes O Pó da Estrada no sub-title.

6 de jun. de 2007

De noite

Sonho de consumo:


Fonte: MSN.

Não é de hoje que sonho com isso. Nos últimos vinte anos, com certeza.

No teu coração paredes são aquários
e tudo em torno vive
quando parece dormir.
No teu coração estás só em teu aquário
e os peixes velam por ti e teu fascínio
de florestas e ninfas,
castelos, corais.


Faz uma data, cidadão... Não ponho o resto aqui, é teen em demasia.

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O Ariano me tirou o sono ontem. Ia dormir quando o encontrei no Jô: imperdível. O Jô é apaixonado pelo Ariano, todos sabem. Eu também. Não me canso de ouvir suas besteiras (audácia!), desde o dia distante em que o vi falando numa colação de grau de uma amiga. De lá prá cá, tive a sorte de o ver ao vivo em outra ocasião, ao lado do mesmo Jô. Estou aqui já me coçando para ver A Pedra do Reino (não tem página na Globo.com ainda, não sei porque).

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Pena que capotei no terceiro bloco.

O livro, eu já tive na mãos, mas impossibilitada de ler. Dia 12 de junho na noitada estréia, pois, A Pedra do Reino.




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Falar em livros, presentinhos gostados demais. De pai e madrasta boa.





Fofos.

5 de jun. de 2007

Da matina, apenas para relaxar

Verdade do dia: na monografia, quase tudo se copia, se combina. Triste, mas verídico. Veteranas e veteranas, aceito conselhos.

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Conforme já dizia o Sérgio Reis, "panela velha é que faz comida boa". A lata véia é atacada, a bichinha, anda me dando momentos de aborrecimento, maiores que o da véia lata lerda. Isto porque estou necessitada como nunca de uma lata, seja ela como estiver, justo. Não estou podendo dispensar. Vou ter que aguentar suas crises de TPM sem esbofeteá-la até 16 de junho, rezem por mim. Aqui só quem pode ter sou eu.

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O Emule é uma mula só por conta da minha conexão discada "plano-minutos-da- Telemar-navegue-sem-limites" (isto vai acabar, tem que acabar)? Tipo, encontra tudo e não baixa nada? Porque encontra, se não baixa? Não encontre, por favor, expectativa é o fim da picada. Detestável.

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Depois de tantas poucas e boas, só mesmo o Zé Rodrix para me fazer rir. E eu ainda falo mal da mula. Detalhe: o único local no Google que me indicou a letra dessa música foi o sempre bom blog Sounds of Silence. Das antigas. Eu nem ia postar a letra, para não encher a telinha de vocês demais, mas, em homenagem ao Zé...

"Eu me perdi muito tempo
Dizendo bobagens, fazendo bobagem também
Eu gritava tão alto
E não pintava ninguém... Ninguém...

Mas como toda laranja cortada no meio
É feita de duas metades
Eu tinha certeza que um dia
Eu ia encontrar alguém

Enquanto isso eu fumava e bebia
E quebrava a cabeça
Batendo a cabeça nos muros
Eu deixei tantos furos
Que já nem dá prá entender

Mas você veio de longe
Pisando mansinho
Dizendo uma poucas verdades
Que eu hoje em dia só tenho olhos prá você

E você é o meu exército da salvação
Meu guarda- chuva
O Melhoral prá essa dor de cabeça
Minha estrada pro paraíso

Meu salva- vidas...
O meu juízo final...
Minha ressurreição
Meu exército da salvação
"
(Exército da Salvação - Zé Rodrix/mais alguém?)

2 de jun. de 2007

Corra, Lola, Corra

Sinceramente, já ouvira falar tudo de bom sobre este filme e nunca conseguira ver completo, o que me impedia de compreender do que se tratava (quem já o assistiu entende o que digo). Porém sempre que via aquelas cenas da moça de tatuagem na barriga e calça verde em corrida desabalada, pensava: que filme chato deve ser. Pura ignorância. Não é, é na verdade excepcional. Não falarei mais nada sobre ele, porque não é um filme muito fácil de ser comentado, muito menos no momento para mim (repleta, atolada em ocupações, até a tampa, nem perguntem o que estou fazendo aqui, o que fiz a pouco assistindo-o, enfim. Sou uma irresponsável). Recomendo fortemente.



Lola, em um raro momento de repouso.


Estranho. Só agora percebo a mensagem. No filme, Lola corre muito - mas, ao final, foi tudo desnecessário. Hum. Significativo?

Desculpem o spoiler. De qualquer maneira, esse filme já está tão batido que acho que todos já viram, portanto me sinto devidamente perdoada.