23 de jul. de 2011

Agora não dá mais tempo

É tempo de ganhar tempo. Pouco não, só serve bastante. E a qualquer tempo.

Tomemos um exemplo antigo. Um conselho materno esquecido, mas às vezes recordado, de formas de combate da insônia quase matinal: o leite morno. Você está na cozinha, a xícara já em sua sua mão, olha para o armário onde se encontra a chaleira, olha para o fogão, olha para o micro-ondas. Existe alguma dúvida a ser solvida?

Você não necessita ficar em pé diante da máquina para aguardar seu leitinho. Ela vai apitar para você, e você a escutará onde quer que esteja dentro de casa, às vezes fora. Sim, concordo, há chaleiras que apitam, mas senhores, estamos em tempos instantâneos, tudo aqui é instantâneo, inclusive o leite de soja em pó que é, agora, o único possível de consumo a seu organismo intolerante (porque o corpo fala, e este conceito é velho e antiquado, mas deixemos isto para outras linhas, se der tempo).

Você decide, contudo, num impulso nostálgico, recordar sua mãe. Lá vai ao armário, apanha a chaleira, cinza, cinza, coitada, abandonada pela empregada – bem diferente do micro-ondas branquinho - e espera. E espera. E espera. “Será que o gás está muto baixo”, você pensa, e examina a chama azul.

Até que surge a primeira bolha minúscula na superfície plácida de alumínio. É necessário ainda aguardar mais um pouco até... até que você recorda, o leite é morno! Felicidade intensa. Ainda dá tempo de escrever um pouco.

Mas foi só uma pequena vitória, acredite.

O tempo é um senhor muito hábil. Um competidor invencível, eis um fato, ainda que noite alta. Sem dúvida alguma, uma de suas melhores armas é a capacidade de ser um exagerado anfitrião, o melhor. Neste item, ele nunca perdoa. Sempre vai te servir os convidados mais interessantes, os drinks mais coloridos nos mais altos copos, os acepipes mais luxuriantes. Esqueça em definitivo a remota possibilidade de que, num lapso caridoso, o tempo resolva te ajudar a vencê-lo. Isso não vai acontecer. Não pondere contra ele, é seu melhor adversário.

Por essas e outras, a única medida que resta providenciar nestas horas é esquecer coisas como aquela próxima mini-crônica, ocorrida na mente enquanto você pensava em leitinho, gás e micro-ondas. Aquela, que você ia começar assim: o tempo é o pai da tecnologia. Pois bem, agora não dá mais tempo, fica pra próxima noitada. Aliás uma boa dica para ela, sabe qual é? Usar o micro-ondas. Com hífen, assim mesmo.

15 de jul. de 2011

Da noite

O olhar abaixo, chão.
O olhar acima: canção.

13 de jul. de 2011

Relembrando The Big Band Theory

Da Hora

Voltei. Será que alguém acreditava que isto não ia acontecer?


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Muito provavelmente voltei tão somente porque o Twitter está me parecendo chatinho. Ou talvez porque a novela das onze (novo horário) é muito boa e, afinal, preciso dizer isso a alguém!

Ou não, como diria o Caetano, o Luciano, enfim...

Ou somente porque "os seres humanos desejam ser enganados"...

Na verdade quero que o Maio se transforme em algo um pouco diferente, só não sei muito bem se vai acontecer mesmo...