27 de jun. de 2006

Rapidinhas de férias

Muitos, muitos novos posts na nossa Cozinha Potteriana, o blog que eu, a Lu, a Bruna, o Marcus e a Maria. Andava meio em baixa, mas a Lu foi lá e deu uma melhorada no marasmo. Só me resta divulgar o pobrezinho... Vão lá saber a última da Dona Jo e dêem seu pitacos (eu já dei o meu...)

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Sobre a Copa: confesso que ando mais animada após as vitórias da primeira fase, em especial na última, contra o Japão. Espero que este sentimento não acabe hoje as 12:00h. Qual o seu placar? Sendo otimista, arrisco um 2x1, mas no fundo, no fundo depois do jogo Suiça X Ucrânia de ontem começo a sonhar com pênaltis, argh...

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Como se pode depreender do título do post, estou em férias, gerais. Nos dez dias seguintes a próxima quinta-feira talvez tornem-se escassos os posts aqui. Motivo: Maceió, minha sereia... Sair um pouco deste mundo e esquecer suas esquinas... Quem sabe lá anda fazendo mais sol...

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Sim, pois Recife não é mais a mesma. Chove descaradamente e faz frio. Mudanças climáticas deste nosso planeta. Ando hibernante. Fui ao interior pelas festas juninas e só queria dormir em pleno meio-dia (efeito não apenas das noitadas, mas principalmente do tempo gélido). Gosto não de estar assim.

26 de jun. de 2006

Aos Filhos de Câncer



"Caranguejo, signo da última estação
Do segundo lugar
Do primeiro desejo
Que não há
Como dissimulando se esconder no porão
Caranguejo da canceriana solidão de horizontalizar
Do canteiro de beijos que não dá
Como dissimulando se esconder no porão do ser
Caranguejo cada vez que a gente se encontrar no cio
Pode ser que não, mas eu quase adivinho
Que no coração alguém vai batucar
Caranguejo signo de quem só me chama de filho
E do meu coração, e do Gilberto Gil
Caetano é leão e sempre vai reinar (pois é)
Caranguejo símbolo da réplica fusão
Do que não caberá
Mas no primeiro ensejo brilhará
Como volatizando se ascender um balão
Caranguejo símbolo da réplica fusão
Do que não caberá
Mas no primeiro ensejo brilhará
Como volatizando se ascender um balão
Pro céu."

(Oswaldo Montenegro - do musical A Dança dos Signos)

21 de jun. de 2006

"Ah! o amor!"* ... ou o romântico, como queiram

Sofro de uma tendência irreversível de alcance e efeitos, em determinadas ocasiões, alarmentes: sou uma romântica. Entendo muito bem, portanto, este ser apaixonado, silencioso, afeito a explosões internas e raras erupções, devastadoras quando efetivadas. A lava, contudo, não queima o romântico, e ele nunca se cansa de desejar as chamas, mistura dor e prazer num não-sei-quê enlouquecido que é prato cheio aos psicanalistas da alma humana.

Sou, contudo, uma romântica cética, em lapsos de lucidez que me acometem mais vezes, acredito eu, que aos demais românticos: sei que deve haver uma justificante patologia psíquica a explicar o romântico. Deve ser o ascendente em capricórnio que leva-me a pensar assim. Também não me perguntem, astrologicamente falando, de onde vem este romantismo, visto que geminianos, salvo engano, não são essencialmente românticos – borboleteiam mais que amam. Isto não "herdei" de meu signo astral, possuo as provas (que não interessam aos senhores e senhoras conhecer). Deve haver alguma lua em vênus em meu mapa astral, imagino, pois, e um dia ainda o faço (o mapa astral), para confirmar.

O romântico é um figura datada, atemporal, para ele os séculos não se passam. Há sempre aquele ideal de beleza inatingível, algo que apenas ele compreende, nem mesmo os outros apaixonados. É um ser sozinho, portanto, sempre. Por mais amantes que possua, pois julgo eu que o amor do romântico nada tem a ver com sexo. Deve existir romântico "de tuia" atolado até o pescoço em aventuras meramente sexuais. Sexo, não esqueçam, serve em demasia como válvula para todo tipo de loucura, até mesmo desta chamada "ser romântico".

Sendo sozinho, o romântico é alguém que está sempre a espera. É um expectador. Espera um chamado, uma sombra, um vulto, uma voz, uma canção, porta que bate, telefone que toca, um olhar diverso, uma palavra numa tela. Não sabe nem o que espera, mas espera. Neste sentido, o romântico é definitivamente um bobo, pois o mundo, vocês sabem, é esta selva de pedra nossa de cada dia. Muito pouco romântico é o mundo. Por mais que as rádios não parem de tocar canções de amor, e nas novelas todo mundo se apaixone toda hora (por pessoas diferente, é certo), e todo semana uma nova comédia romântica seja lançada nos cinemas, o fato é que o "mundo moderno" (assim mesmo entre aspas, pois visto como ser único e mitológico) odeia o amor. Não há nada neste nosso mundo moderno que dê nem sequer um palito de fósforo de confiança ao amor. O amor, para este mundo, é de fato uma boa duma merda.

Ando obcecada pelo texto do Arnaldo Jabor que gerou o sucesso da Rita Lee, “Amor é prosa, sexo é poesia”. Já postei a canção duas vezes aqui. O livro encontra-se neste momento ao meu lado (tô curtindo). O Jabor concorda comigo quando fala: "O amor depende de nosso desejo, é uma construção que criamos". Sim, correto. Porém eu acrescentaria ser uma construção inconsciente. No começo. Pois é também um jogo que alimentamos e apreciamos jogar, ele nos diverte mesmo quando sofremos com ele. Tem algo de masô(quista) nisto, portanto, daí seu "quê" patológico. O romântico é um incorrigível, é o hipertenso que come sal, o diabético que come açucar. É um viciado, um caso perdido, não há jeito para o romântico. Plagiando o Jabor, quem souber o jeito, emails para maio26@gmail.com...


* O suspiro saiu daqui.


Ouvindo essa romântica (com a moça, não com os moços, por favor)...

20 de jun. de 2006

Where are you, Scooby Doo?

Cá estou em busca de inspiração. Não que não existam outras coisas a serem feitas, é que acho que o Maio anda abandonado. Sem muito assunto, mas desejando agraciar meu parco e querido grupo de meia dúzia de leitores com algumas palavras interessantes. Só me resta escutar esta aqui, gentilmente cedida pela Naomi em sua ouvateca, e aguardar que o santo baixe:

"Wuthering Heights
Kate Bush

Out on the wiley, windy moors
We'd roll and fall in green.
You had a temper like my jealousy:
Too hot, too greedy.
How could you leave me,
When I needed to possess you?
I hated you. I loved you, too.

Bad dreams in the night
You told me I was going to lose the fight,
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering Heights.

Heathcliff, it's me, Cathy, I've come home. I´m so cold,
let me in-a-your window."

(O resto aqui)

Eu, em minha santa ignorância, fiquei com a interrogação na cabeça "quem diabos é Heathcliff e Cathy", e uma leve sensação de que se tratam de personagens de "O Morro dos Ventos Uivantes" ; como é que acertei, se nunca li o livro e a expressão "Wuthering Heights" não me diz nada além de "alturas" - "wuthering" não foi traduzido pelo Michaelis - é que não sei. Coisas da mente, este ser poderoso, misterioso, e que nos habita, ademais, segundo Osho (sim, para ele não somos nem nosso corpo nem nossa mente, mas nossa alma, e podemos nos separar desses dois primeiros por meio da meditação, uau). Taí, comecei sem saber o que falar, já estamos agora a cem por hora, mas eu juro que não fumei, cheirei ou tomei nada... O que Kate Bush e Osho possuem em comum não me perguntem, entretanto... Vão lá ler a Vilma que é o melhor que vocês fazem...

13 de jun. de 2006

"Que bonito é..."

Querem matar o Zagalo, meu Jesus. Sim, eu o vi no Jornal Nacional, chorando e beijando uma pequena estatueta de Santo Antônio que tirou do bolso. O que me fez recordar antes de mais nada: o dia do santo não foi ontem, é hoje, treze de junho - um engano plenamente justificável se partido de uma nordestina, já que na terrinha os santos juninos são sempre comemorados na véspera. Isto não é ilógico, acrecento, é coisa de gente que é muito trabalhadora (ao contrário do que possa parecer), mas também muito festeira, de maneira que a festa inicia na noite anterior, após a labuta, e dá para dormir direitinho para acordar cedo no dia posterior.


Foto hospedada em v-brazil

Mas voltando ao início, querem matar o Zagalo. Não há como se explicar que hajam levado um homem capaz de fazer aquilo diante das câmeras a Copa do Mundo, onde, de toda forma, a emoção será imensa, seja para o bem ou para mal. A vitória ou a derrota. E prá completar, a estréia é no dia do santo de devoção do homem. Ou não era, o homem virou devoto depois que viu a data, visto ser o número treze sua fissura. Que nada. A fissura do velho é mesmo a bolinha rolando sobre a grama verde. Paixão levada ao extremo exato, além do que.

Por coincidência, escutei de um amigo hoje o seguinte comentário, sobre o jogo de virada da Austrália sobre o Japão, nos oito minutos finais do jogo: que pesando os dois lados, o resultado deveria ter sido 1x1, porque o Japão jogara bem até perto do fim, depois a Austrália se superou, logo, houve equilíbrio. Discordei como sempre com um patada (ô, sina), com a idéia que aqui transcrevo: o meu amigo não consegue ver a beleza maior existente no futebol. Não é? Essa coisa trágica, de folhetim, que encanta, emociona, faz o povo berrar e enlouquecer: um time, em oito minutos, empurrar três gols numa equipe até então dominante. Qual o potencial inconsciente de um fato assim? Gente, a superação! A perda frustrante de um lado, a vitória exaltante do outro. Competição ferrenha: o campo gramado, local onde tudo é possível. O futebol é feito a vida. Ou como se quer a vida, não sei. Já sei: como é a vida de fato, pronto. Só que nem todo mundo consegue ver a vida como ela é de fato: possível.

Pronto, peguei o vírus. Com filosofia, não tem como não pegar.



Notinha: acabo de ler na Vera sobre o pedido de prisão pela Justiça italiana do Cafu, capitão da seleção, envolvido em um processo de falsificação de documentos. Caraca! Esse povo é mesmo louco por futebol, e a doença não é só brasileira! Concordo plenamente com a Vera e completo: estão se borrando de medo do Brasil. O que, em minha ótica, é preocupante, porque o medo é um combustível poderoso, quando consegue pegar fogo...

12 de jun. de 2006

Essa noite eu quero ir mais além

Ando tão ótima que nem tenho sentido vontade de escrever, para quem se preocupou. Nem lendo blog alheio, um horror, perceberam, né? Vou tentar me emendar. Perdi um tempão sem ler, ver filme, passear, agora, "se eu puder, eu vou me divertir". Se for com a Copa, que seja. Com festa de São João. Com quatro livros pegos de qualquer jeito na biblioteca. De qualquer jeito, vai, que estou a fim. E estou de férias, breve, completas.

Muito bem, daí que amanhã temos Brasil e Croácia. Porque todo mundo não pára de lembrar algo que todo mundo já sabe? Dez em dez propagandas lembram a Copa, e as pessoas não cansam de usar verde e amarelo, essa combinação muita feia. Além do que, que esquisita essa obsessão brasileira... Já a senti (e não nego que ela poderá voltar), estando, porém, de fora, na beira, dá para ver como é esquisita. É uma esquizofrenia, na verdade. De minha parte, já gastei os três contos devidos com uma bandeirinha para a filhota (dessas de colocar no carro, mas acho meio ridícula e não sei colocar, nem perderei tempo tentando fazê-lo). Tá de bom tamanho.

Hoje é Dia de Namorados, data com a qual nunca me liguei nem quando era namorada... digo, mesmo ainda o sendo. Sim, voltei a ser namorada, tão fofo e tão bom. Eu recomendo aos casais longamente casados, portanto, e fica tal dica como mensagem do dia dos namorados. Como chegar a tal estágio, é uma outra e longa história, que não conto: "cada um com o cada um dos outros" (como diria meu sobrinho-afilhado de cinco anos), digo, cada um com seu cada um. Mas voltando a data, sinceramente, prefiro lembrá-la como Dia de Santo Antônio. Alguém aê se recorda que este é o seu dia? Sim, é, e pensar em 12 de junho como seu dia a mim parece levar a duas vertentes bem mais interessantes que aquela única associada ao Dia dos Namorados, no caso, a comercial (dia de comprar presente e gastar dindin, inventado pelos lojistas-capitalistas, isso de ser dia de celebrar o amor é mera balela): primeiro a religiosa, porque santo é santo. Pensar em coisas de Deus é sempre bom, e os ateus que se calem. Adispois, tem a vertente cultural. Santo Antônio é festa do povo, da gente da minha terra, e prestigiar o povo, o folclore e cultura nunca é mau. Por tudo isso, vai aí a cara do santinho. Protetor dos pobres, "ajudador" na busca de objetos ou pessoas perdidas, e, de quebra, o amigo nas causas do coração.

8 de jun. de 2006

Porque buscar o mínimo, quando se tem o máximo?
De onde essa venda nos olhos que afasta da real verdade que há, positiva?
Porque desejar o que já se possui, de melhor quilate?
O desejo é uma mola irracional, potência infinita sem finalidade alguma...
Muitas vezes, é o próprio enxergar-se que está nublado, o que deriva em ingerência do querer, querer minguado, retraído, sem sincronia com o ser, que, embora não se amesquinhe, tem a visão de si próprio obscurecida... É o não amar-se que desagua em tal lodaçal. Então, deseja-se o pouco, o surdo e o mudo, o pequeno, o ensimesmado, o que tem o falso aspecto de amor. Não há concorrência entre sentimentos miúdos - como tal querer - e o amor de fato. Aos que não o conhecem, o amor de fato, não estou a altura de uma introdução. Nem sempre está aqui. Difícil defini-lo, difícil materializá-lo. Existe, porém, é fato. Não se indaga sobre as razões de tal certeza. Quem quiser conhece-lo, que o procure. Aviso que ninguém o encontra engrandecendo o próprio ego com sentimentos inúteis.

Detesto a experiência de fraqueza, porque não é de minha natureza este estar em mim. Ocorre de escorregar nela, mas não está em mim. Desejo o puro, o nobre, o franco, o forte, o vero. Sempre foi isso, de tal não me afasto. Abomino o descrente, o lasso, o que se desconhece e não se busca, o que se prende ao pobre e o que não se rende ao digno. Ao que se repete infindas vezes: "sou pequeno, sou pequeno, sou pequeno". Eu, não. Sou grande, forte e aço. Quem pretende-la, que se esforce e aprenda tal força. Não é da minha natureza também, mas se me faz bem ligar o "foda-se", eu ligo, e sigo na paz.

"A paz invadindo meu coração de repente me encheu de paz"


1 de jun. de 2006

Hello, babies

Ufa. Voltei. Andava com saudade das coisas normais da vida. O foco em um único problema é um saco que nem toda cabeça suporta. "Bom é mesmo amar em paz".

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A vida... Vou lhes dizer uma coisa: a vida é estranha. Mas é boa. Alguma razão há para todos os acontecimentos que nos cercam, ainda que, aparentemente, não. Aprender com eles talvez seja o mais importante.

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Não deu nem tempo de postar aqui, e já estão acabando com a festa da Suzaninha na tv. Que pena. Vivo querendo ir a um tribunal do júri (tenho me revelado péssima aluna), nunca tenho, porém, tempo.

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Já falei que tenho certeza de que o Brasil vai se dar mal nesta Copa? Está lançado a pergunta aos blogueiros amigos: vocês acham que o Brasil vai ou não vai pro Hexa? Eu adoro de paixão Copa do Mundo, mas não estou conseguindo me animar com esta e comprar brinco e colar verde-amarelo (argh), primeiro porque são horrorosos, segundo porque estou certa de que será perda de dinheiro.

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A Vera disse que um homem descobriu quem nasceu primeiro: foi o ovo, não a galinha. Ai, que emoção, vou correndo contar a Clarinha.

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E agora, falo de que? De mais nada, vou estudar. Tichaus.