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25 de jun. de 2008

São João do Nordeste


Bacamarteiros.



Quanto mais fumaça melhor.

10 de mai. de 2007

Baracho, Lia, ciranda e povo

Acordei e assisti no telejornal da manhã a típica notícia que me agrada: hoje, Baracho completaria 100 anos, se vivo fosse. Baracho é conhecido como o Rei da Ciranda. Compositor, poeta popular, autor da famossíssima "Ciranda de Lia" (de Itamaracá). Sobre a canção, a triste história:

"A mais conhecida música de Baracho é Ciranda de Lia, feita para a cirandeira Lia de Itamaracá, e foi por muitos anos tida como de autoria de Teca Calazans, inclusive pela própria Lia. Mas Teca, que há anos mora na França, nega que tenha algo a ver com a feitura da música, diz que apenas a gravou, num pot-pourri de cirandas, em 1967, pela Rozenblit: 'Eu aprendi a música quando passei um tempo em Itamaracá, com Lia, nos anos 60', afirma Teca Calazans. 'A gente só recebeu dinheiro de pai por esta música, mesmo assim, quando Lia de Itamaracá gravou. Recebemos umas três vezes, depois não veio mais nada', conta Severina Baracho, ou Bia, 54 anos, que veio criança com Antônio Baracho, para Abreu e Lima." (Do mesmo JC)

Medonho.

Mas voltemos à alegria. Eis a bela Lia de Itamaracá. Pena não haver achado uma foto dela como a vi pela manhã, com longas tranças:





Sobre ciranda: cê não tem idéia do que é? Ó, que peninha: tentarei explicar. Não, não falo simplesmente sobre pessoas dançando em roda, sejam adultos ou crianças. Falo do sentimento que a ciranda traz ao coração. A música tem um ritmo seguro, o pé é atraído ao centro da roda, em dança, no momento em que o surdo(?) realiza a marcação. Tem jeito de onda do mar batendo com força na pedra mesmo, apenas de forma um tanto mais acelerada que o natural. O corpo se alegra, e todos sorriem. É MUITO bom. Os gringos no carnaval enlouquecem com ela. Se puder, um dia experimente.



Márcio Melo - Imagem captada aqui.


Isso tudo me traz uma lembrança antiga, de ver essa cena numa praia não tão repleta de pessoas, numa noite que não poderia esquecer. Relembro de chegar, criança, com pai e irmãs, naquele afã que a gente só tem mesmo na infância, de viver coisas nvas e boas, sem receio algum. Com certeza deve ter acontecido. É muito real o recordado.



O Velho Baracho - Rei da Ciranda


Tenho orgulho do orgulho do povo pernambucano por sua terra e por seu jeito de ser. Creio ser este um privilégio de que nem todos os conjuntos humanos usufruem com o vigor que nos caracteriza: possuir uma cultura forte, bem demarcada, sadia, e, mais importante de tudo, viva, ilesa não, mas resistente, permanente, lutadora, presente. Dá uma sensação boa de "pertencimento" (não creio que tal palavra exista, mas vá lá) na gente viver em meio a tudo isso. Sentir que do centro da pobreza, da miséria, do desengano e da desesperança, é possível erguer-se um gigante que não se deixa abater por pouco, compreendem? Porque não se trata de um mero Davi (sem querer desmerecer - e já desmerecendo - o herói). É um Golias mesmo, mas do bem. Pode até encolher-se muitas vezes, mas em sua essência é um gigante.

Esses pensamentos me trazem uma aroma danado de fevereiro. E ainda é maio, ó céus.