Venho de um relativamente longo inverno de algumas semanas, em que praticamente não assisti a nenhum filme salvo o I am Sam comentado aqui a uns dias. Então esse final de semana posso dizer que foi ensolarado, com os dois filmes que rolaram.
Ontem foi o levíssimo e interessante Alguém tem que ceder. Muitas pessoas já haviam me indicado esse filme, do gênero comédia romântica de que tanto gosto. Acho que o filme é um pouco mais que isso. Digamos que quer ser um filme-cabeça, mas só quer "parecer querer ser" mesmo, não quer mesmo-mesmo ser, apenas tem uns insights. O clássico desfecho "final feliz" considerei bem menos emocionante do que merecia ser, dentro que se espera para o gênero: é insosso. Entretanto há lances legais (nossa, que coisa mais Dudu França de se dizer), como o romance que acontece entre a protagonista, Diane Keaton, que interpreta uma dramaturga de sucessoporém sem êxito no amor, e um homem mais jovem. Além do médico gatíssimo, Keanu Reeves, que fica tarado por ela, também está na história Jack Nicholson, claro. A trama tem como gancho o enfarte de Nicholson, que é namorado da filha de Diane e nunca se relacionara com uma mulher de sua idade, mas acaba por ela se apaixonando. Diane, por sua vez, acaba preferindo o pap-anjo em lugar do gatíssimo. O infarte mexe com o comportamento normal de Nicholson, que passa a chorar e desmaiar toda hora, além de conseguir dormir melhor e passar a interessar-se por "panela velha que faz comida boa". Um parênteses, antes de mais nada: devo dizer que reconheço serem os dois atores principais tipos que interpretam sempre o mesmo personagem. Ocorre que sou enjoada com o Nicholson mas morro de amor pela Diane, desde o tempo em que ela andava engafinhada com Woody Allen. Voltando ao filme, sobre o qual não incluirei aqui mais nenhum spoiler (perdoem os que não viram e leram): gostei de quanto ele trata ainda que levemente sobre a questão da maturidade masculina, mostrando que ela pode realizar-se, mesmo que tardiamente e em casos considerados perdidos.
Também falando sobre processo de maturidade, porém de forma muitíssimo mais profunda, pesada, e difícil de se ver, foi Aos Treze, que acabei de assistir a pouco. Bem mais marcante, porém. Pode ser considerado bastante batido o tema (o problema das drogas e da sexualidade precoce na adolescência dos dias de hoje) que esta estréia da diretora Catherine Hardwicke vem trazer, entretanto me pareceu bem genuína a intenção claramente didática da diretora de mostrar com todos os pingos nos is como este processo se dá. Desestruturação familiar é o grosso do caldo, na lente de Catherine. Excelente, quem tem filhos deve ver, quem não tem também. Holly Hunter está muito, muito bem, no papel da mãe problemática, desorientada, totalmente perplexa, mas a estrela para mim foi mesmo Evan Rachael Wood, que protagoniza o enredo. A foto abaixo é de uma das melhores cenas do filme, sem dúvida: todas as máscaras caem, mãe e filha se encontram na dor. Muito atual a pespectiva lançada sobre o tema, e muito crua também, real, autêntica.
Quanto ao terceiro filme, trata-se de O Alfaiate do Panamá, que não vi porque apenas lembrei que ia passar na Globo tarde demais: iam pela metade ambos, ele e Alguém tem que ceder ao recordar-me. Depois me contem como é. Eu sei, eu sei, falaram-me mal dele, continuo curiosa entretanto.
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