31 de out. de 2005

Tipos I - Taxista

Passo curto, armado. Lustrosa careca. Branco, olho claro. Xadrez na camisa, quase sempre. Na de hoje, dois tons de azul se cruzam.

Mesmo carro, a muitos anos. Gol prata, modelo antigo. Acabado. Mas anda, anda bem, é um Gol, afinal. "Não vendo, não troco, não dou", parodiaria, fosse um homem afável. Os fregueses antigos não reclamam do desconforto. Muitos na caderneta. Espiam a janela, logo vem um porteiro chamá-lo. Outros, telefonam; a depender das letras que piscam, ele atende a contragosto o aparelho gasto. Clientes novos, em geral, estão só de passagem. Se não há outro carro por perto, questionam apressados: "está livre?" Aprecia quando passam direto, ainda que pague "em cash" a imensa maioria. Como os velhinhos e velhinhas da clínica, seus prediletos. Não pedem para ir mais rápido, não suspiram em engarrafamentos.

As sete está no ponto. O mesmo, a longos anos, entre a clínica e a padaria. Todo dia, o dia todo. Faça chuva, faça sol. Aos sábados também. Alguns domingos, depende do freguês. Aproveita, vai até meio-dia. Nunca se sabe quem pode aparecer. Feriados, é igual. Dia santo, não.

Ao meio-dia, a patroa espera na cozinha, é perto a casa. A mulher prepara o prato imenso ao pé do fogão, ele senta a mesa e come, sem pressa. Deita meia hora, as duas está no ponto. Tarde ao meio, sol a pino, deixa o carro, atravessa a rua. À sombra mínima da calçada repleta de luz aperta os olhos e observa, aguardando. Logo logo sai alguém da clínica, ele balança a cabeça e se aproxima.

Tardezinha, é grande o movimento. As oito, recolhe o carro. Dorme horas completas, não há boletos do carro ao fim de cada mês. "Melhor assim", lacônicamente acena aos colegas de ofício.

Quando some, é que foi para a terra. Sua terra. Volta contente, quase sempre. Conta com gosto ao conterrâneo as novidades, é quando mais fala. Choveu. Não choveu. "O açude pegou água" - ele quase sorri. "Seu Manoel morreu", responde indiferente. "Vou novamente no natal", e ele se desarma, mostrando, afinal, os dentes.

Poeta, meu poeta camarada

Uma pessoa me lembrou que hoje o meu poeta faria 103 anos, se ainda estivesse entre nós, em sua labuta da palavra, que era única.

Derepentemente a carroça aqui resolveu andar e estou conseguindo postar. Devem os deuses da poesia estar dando uma forcinha.



Peguei meus três livros dele e abri ao acaso. Caiu neste.



"Presença de Mira

A Stefan Baciu

O errante colar de lembranças e metáforas,
apaga-se no colo de Mira.
Maintenant je ne serais nulle part.
Quem sabe?
Mira, hei de encontrá-la sempre em alguns versos
que falam da criança construindo na areia
palácios e jardins de pátria proibida;
que contam do domingo, costa de solidão,
e da mulher agitando um xale imaginário,
e do esquecimento, que é um papagaio de papel.

Não preciso escutar
o tambor do corcunda anunciando as notícias,
para saber de Mira.
Neste grão de café encontro Mira pensando no Brasil."



Não aguento, vai mais uma. Só um pedacinho.


"Larga, poeta, a mesa de escritório,
esquece a poesia burocrática
e vai cedinho à fila do feijão.

Cedinho, eu disse? Vai, mas é de véspera,
seja noite de estrela ou chuva grossa,
e sem certeza de trazer dois quilos.

Certeza não terás, mas esperança
(que substitui, em qualquer caso, tudo),
uma espera-esperança de dez horas.

Dez, doze ou mais: o tempo não importa
quando aperta o desejo brasileiro
de ter no prato a preta, amiga vagem.
"

30 de out. de 2005

Ficha médica

Pernas: varizes. Sou a agraciada da família, posto que nunca operei. A mãe, o pai e a irmã, já, nesta ordem. A genética é implacável. São doze aplicações (sabe aquelas agulhinhas finamente enfiadas nas veias?) anuais, o limite-dos-deuses-do-meu-plano-de-saúde.

Coluna: um cóccix deslocado. Provável fruto de uma queda de rede a anos atrás, pelos meus cálculos. No mais, estou ficando corcunda, é público, notório e herdado. A vovó e a mamãe também são. Dores matinais. A alguns anos, uma professora de hidroginástica me encostou na parede (literalmente) e disse o nome do desvio (de coluna, fique peixe*!) que tenho, mas esqueci o dito cujo. Ensinou exercícios na cama ao acordar, alongamentos. Nunca fiz, confesso. Cansei de ir a ortopedista que só me diz que preciso perder peso e nunca pronunciou a letras R-P-G. Deve ser por pena de mim, já que (acho) meu plano não cobre. Ou não cobria... Lembrei agora: outro dia me disseram que os planos agora cobrem. Sei lá se o meu!

Sobre perder peso, sei que pode ajudar, mas resolver, que é bom, acho que não resolve mais... De todo jeito, estou de rocha** pensando em fazer Vigilantes do Peso de novo (a seis anos perdi 10 quilos na única e última vez que fiz, o problema é que pulei a parte da manutenção, tsctsc...). Adianto : quem nunca me viu não pense que preciso perder mais de 7 quilos, pode parar de imaginar uma baleia ... Um filhote, digamos, pode ser... Também juro que vou trabalhar menos para poder voltar a caminhar, depois de três semanas sem, bah...

Braços: o óbvio ululante. Dores nos punhos e mãos. Muitas tendinites prá contar.

Audição: sem comentários. Péssima. Só as duas fonoaudiólogas que fizeram minhas audiometrias é que não enxergam, sem hipocondria. Isto porque eu só as vi até hoje dois dias da minha vida. Vão morar lá em casa ou trabalhar comigo! Quem falar a palavra "distração" apanha!

Garganta: ficando rouca, diiiiiiirrrrrrreeeeeeeeetttttttttooooooooo! A médica anteontem me lembrou que fiz uma videolaringoscopia a três anos, tinha um princípio-de-nadica-de-sei-lá-o-quê (fenda? calo?). "Deve ter virado 'sei-lá-o-quê' mesmo", ela disse. Vamos a vídeo terça-feira. Se for, vai ter sessões de fono? O plano não cobre. Sei lá então!

Vou pular a parte das minhas alergias, porque aí dá mesmo um livro. Ademais, aprendi a conviver com elas, e elas comigo. Penso às vezes até que venci pelo cansaço, ando bem melhor nos últimos anos. No fundo sei, porém, que é só ilusão. Inda vai ter muita guerra.

Cabeça: minha memória só faz piorar dia a dia. Sério. Ontem ia deixar o carro em uma vaga no piso-térreo do estacionamento do supermercado, mas ela, a vaga, era muito ruim. Desisti e fui para o subsolo. Três horas depois, lá fui eu arrastando filha e carrinho para o térreo...

Nunca tive nenhuma "ausência". Sacumé "ausência"? O tal "branco" na mente. Mas nesta mesma semana ainda tive um susto. Precisava ir a um lugar, mas não consegui chegar lá. Não consegui, simplesmente. "Não vi a entrada, não vi a entrada, não vi a entrada", fiquei repetindo, para mim, para os outros, ao celular. Fiz o retorno três vezes na estrada, uma hora quase rodando e não consegui chegar lá. Fiquei assustada, irritada, magoada, chorei. Mandei pegarem um táxi.

E então doutores, qual o diagnóstico? Stress? Sou uma vítima da modernidade? Procuro um homepata? Definitivamente hipocondríaca? Largo o blog que eu melhoro? Anybody home?



*fique calmo!
**quero e vou
Uia! Aprovei! Assinei! Valeu, Conde!





"Por que "raloins", duendes e gnomos? Nós, brasileiros, temos nossos próprios mitos, que não ficam nada a dever a esses importados, comerciais, que são usados para anestesiar a auto-estima do nosso povo. Respeitamos os mitos dos outros, mas não queremos que eles sejam usados pela indústria cultural como predadores dos nossos. Cada vez mais, muitos brasileiros começam a compreender isso. Uma prova foi o evento 'O Grito do Saci', realizado nos dias 5, 6 e 7 de setembro, em São Luiz do Paraitinga, Estado de São Paulo, que atraiu muita gente e foi uma catarse geral, uma lavação de alma. Outra prova é a onda de adesões que a Sosaci (Sociedade dos Observadores de Saci) vem recebendo de vários pontos do país. O Saci, a Iara, o Boitatá, o Curupira, o Mapinguari e muitos outros brasileiros legítimos estão aí para serem festejados, sem espírito comercial, como nossos legítimos representantes no mundo do imaginário popular e infantil.
Viva essa turma boa!

Por isso, nós, abaixo-assinados, solicitamos ao ministro da Cultura, Gilberto Gil, que abrace esta causa de valorização da cultura popular brasileira, instituindo o 31 de outubro como 'Dia do Saci e seus amigos'.
"

Entra aqui e assina!




*Não sei porque gostei tanto desse sacizinho do Ziraldo... Porque será, hein?

Televisivas

Não nego: eu gosto daquela moça tatuada (muito tatuada, leia-se) que "aconselha" sobre sexo no programa da MTV, Ponto Pê. Sexo sempre dá um caldo, né? No bom sentido, significando : é um bom assunto!

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Huhu, tá chegando a temporada BBB! Essa coisa vicia, que tristeza...

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Reality Show: já assistiram um tal Troca de Esposas, salvo engano da A&E? O mote: você, esposa, que está de saco cheio de seu cônjuge, escreve para eles, e eles te mandam no susto para passar alguns dias com uma família sempre muito diferente da sua. Na primeira semana você faz tudo que a outra família quer. Na outra semana, a família tem que te obedecer. Só assisti duas vezes, mas fiquei realmente abismada como eles conseguem sempre famílias tão extremas em seus comportamentos. Numa, pais e filhos (incluindo os pequenos) meditam pelo menos algumas horas por dia. E a mãe não limpa a casa, além de 15 minutos diários. Ela ajusta o cronômetro e faz o que der em 15 minutos, o que não der ela não faz. O pai pensa que é uma reencarnação de Buda(!). Não me pareceu uma família que se dispusesse a participar deste tipo de programa, até porque eles não vêem TV! Enfim...

A família que teve a mãe "trocada" com esta, tinha também suas regras peculiares. A mãe levava todo dia a mesma hora o café da manhã da filha na cama. O filho só comia nuggets. A mãe trabalhava horas e horas por dia na casa, mas estava sempre limpa (a casa também), com cabelo escovado e maquiada (a mãe, hehehehe). Impressionante a cara de pau desse povo...

Americanos são mesmo assim? Difícil crer...

Ah, e nem sinal de poder haver troca de maridos. Afinal, vejam o título do maledeto do programa.

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Falar em marido, tô pensando seriamente em trocar a tv a cabo que tenho aqui instalada prumode a promoção de outubro da concorrente, que está ofertando gratuitamente a transmissão da segundona (Campeonato Brasileiro Série B). A propósito, saudações alvirubras. Não entenderam a parte do marido? Foi o marido, avesso a futebol, embora alvirubro, sem saber o que fazer com sua nova-esposa-torcedora, que sugeriu. Problema vai ser tirar as transmissões das CPI's dele (leia-se, TV Câmara e TV Senado). Tô com peninha...

29 de out. de 2005

O rio

Um rio corre. A força de mistério desta verdade não se traduz. Um rio corre. Assim também as palavras. Palavras são seres de água e seres de sombra. Corredeiras, porém. À noite se evadem e vão semear poemas.



Clique na imagem e leia um desassombro.
Clique
aqui e ouça.
Quer mais?
Aqui.
É pouco? Eis o
cardápio. Enjoy yourself...


Depois de tudo isso, impossível não citar este rapaz... Ciao (porque assisti este)... Fiquem com meu bom dia.



Bom dia IV

É fria a madrugada insone.
Gesta mornamente, em paisagem alheia,
o calor do dia.
Bicicletas tremulam aos portões.
São lassos os diálogos cantantes da matina:
arrastam corpos
e tecem esta frágil, translúcida, vigilante redoma.
Não é gélida a brisa que tomba flores claras.
Um sino seco, avarandado, desperta,
à luz crescente.
Distante ladra o cão em contraponto.
Os homens dormem;
não falam os que se atrevem.
Estendem, porém, aos poucos, braços dormentes contra a teia iluminada.
Raios sem culpa alardeiam: é tempo. Chegada a hora.
Bom dia.

28 de out. de 2005

Let's call the whole thing off

Do you like tomatos?


Take the What Fruit Are You? test by Ellen!


Eu sou tomate! Teste que o Marcelo mandou. Me lembrou essa...

"You like potatos, I like potatos
You like tomatos, I like tomatos
Potatos, potatos
tomatos, tomatos
Let's call the whole thing off
"




Tenham um lindo fim-de-semana, se a gente não se encontrar. Tá solzão aí? Aqui tá. De lascar. Apesar disso, e de um imbecil num carro vermelho ter quase batido no meu na hora do almoço, a cidade tá bem brejeira. Seize the day!

Lacônica



Precisa falar alguma coisa? Veio daqui.

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Uma pirueta, duas piruetas, bravo, bravo!

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FESTIVAL
A MÁQUINA FAZ SUCESSO EM SP
Publicado em 28.10.2005


O Cine Bombril recebeu, na última quarta (26), a primeira exibição do filme A máquina, de João Falcão, dentro da Mostra Internacional de São Paulo. Além do diretor, estavam presentes parte do elenco (Mariana Ximenes, Gustavo Falcão, Paulo Autran e Fabiana Karla). Para apresentar o filme, João convidou o ator Paulo Autran para subir ao palco que, emocionado, parabenizou “os meninos que fizeram o filme”. Na platéia, estavam Juca de Oliveira e Hector Babenco. A Máquina é baseado na peça teatral de Adriana Falcão, que assina o roteiro com o marido. O filme recebeu o prêmio de Melhor Filme do Júri Popular no Festival do Rio 2005.


Daqui, para assinantes.

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26 de out. de 2005

"O melhor mistério é ver mistérios
Ai de mim, senhora natureza humana
Olhar as coisas como são, quem dera
E apreciar o simples que de tudo emana
No entanto, pelo encanto
Da palavra
Mais pela beleza que se vê na fala
"

Acho que essa música é do Renato Teixeira. E acho que a letra é mais ou menos essa. Tô com ela na cabeça derna ontem. Alguém?

23 de out. de 2005

Mudança de planos

Primeira Parte


Começo. A filha primeiro.


De cima. Cadê o povo no Marco?


Esse aí é o Marco (Zero). Digo, o Marco (mesmo) está no centro do círculo, mas chamamos tudo isso de Marco (Zero).


Esse aí é o falo. A sério, lê no link. O povo vê do Marco.


Segunda Parte


A mãe. Um lado.


O outro.


O meio.


O mapa da mina.

A la Dom Jôka.

Gostou do passeio?

Um post que vale por cem

Seguinte:
Eu sou do SIM.
Mas votei NÃO.
Eu NÃO trabalhei.
Eu VOU passear.
Aqui, aqui ou aqui.
Ou aqui?
Desse eu gostei. Mesmo com ela (ô atriz fraquinha, mas bem que melhora do meio para o fim).
A agulha frita da Lu'qui. A foto tá uma cáca, mas foi a única que encontrei. Dá prá ver? Mei' sem graça, né? Imagine um pratão cheio delas... É uma delícia!
E meu computador tá uma merda, é a realidade incontestável.

20 de out. de 2005

O samba do crioulo doido

Ai, gente, ando mesmo envergonhada de não estar por aqui...
Só Deus sabe quando volto a blogar decentemente. Isso se chama quebra de terapia, é pecado! Se continuar desse jeito, eu termino com uma dessas, né ?



E cantando essa...



Aiaiai, cadê meus sais...

17 de out. de 2005

Chove e o chão reclama seu quinhão de aroma.
Não sou Cecília alguma: o peito é que é corredeira.
Agora eu já não canto amor perdido
E já não é desejo urgente.
Sonho mansa fronte na paisagem d’água.
Margem verde, ausente luz.
Um beijo, um lábio,
relva, úmida, pé descalço.
Sou essa imagem que acende a mente.




Update - (Obra de
Moacyr Lisboa Calheiros - captada aqui)

"Quando se aprende amar
O mundo passa a ser seu
"
(Se fiquei esperando meu amor passar - Renato Russo)

15 de out. de 2005

Presente!



É tão bom quando a gente se entrega a beleza,
Se sente em total realeza com a natureza e o amor
É tão bom quando cicatriza uma ferida,
abrindo as portas da vida
Prum beija-flor te beijar
É tão bom quando a gente tem fé e acredita
que existe uma vida bonita como quem cultiva uma flor
É tão bom não se desesperar com besteiras,
nem levar a sério as asneiras
Que algum ser humano tramou
É tão bom ir colando os pedaços da vida e sentir
toda ira incontida
que teima em queimar todo ser
E esquecer toda mágoa que molhou teus olhos
Saber que no fundo unicórnios, pavões e mistérios
No ser há
É tão bom


(É tão bom - Luis Caldas - A Apá canta lindamente...)

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Oi gente! (Vixe, que odeio como escrevendo assim, saiu!)

É como disse a raposinha de Saint-Exupéry mesmo, hein? "A gente se torna responsável por quem cativa", é isso? Ê modéstia, heheheh... O causo é que, sim, ando sendo uma blogueirazinha/leitorazinhadeblogzinhos bem irresponsável nos últimos tempos, causo que:

-o lê-lê tá grande na minha roça, pessoas;
-essa carrocinha aqui na qual me comunico com vocês em casa anda praticamente atolada na lama, nos últimos tempos. Pedindo arrego. "Me aposente pelamordedeus", ela geme;
-ademais, essa música aí em cima de uns dias prá cá é a minha cara... Nem sei muito bem porque. Sabem quando acordamos plenamente cientes do fim de um longo e tenebroso inferno astral? É assim que é.

Bom final de sábado para todos. Bom domingo também. Num se isqueçam do reloginho, povo de debaixo do Equador!

12 de out. de 2005

Mais Cinema

Primeiramente, minhas desculpas pelo abandono... Como reclama a carinha ao lado, é involuntário...

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Descubro no site AdoroCinema que estreia em 06 de janeiro a versão para a telona do filme A Máquina, lançado no Festival do Rio, no qual recebeu a premiação do júri popular (melhor filme). A Máquina, originalmente, vocês devem saber, é uma peça do pernambucano João Falcão, por sua vez baseado em livro da Adriana Falcão (deliciosa escritora também pernambucana, esposa do João). Com Lázaro Ramos e Wagner Moura, além de Paulo Autran. Promete. Infelizmente, estou com o pé atrás com este, embora obviamente conferirei. É que vi a peça, e não consigo imaginar um filme ali. Vejamos.

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Finalmente: eu me rendo. E saúdo: Salve, Salve, Angelina Jolie. Bem que o Marcelo sempre fala. A mulher é mesmo um estouro em cena. Já assistira alguns filmes com ela (Alexandre , por exemplo) mas realmente nunca pensara nisso, mesmo quando todos comentavam. Hoje me dei conta: seu carisma, magnetismo e energia sensual tomam conta de tudo quando ela aparece, a gente nem se preocupa em avaliar se é boa ou não sua atuação (mas claro que é, a moça já ganhou até Oscar por Garota Interrompida), certo? Parodiando a Ana Carolina quando "desrockeriza" (HAHAHAHAHAHA) a canção do Ultraje a Rigor, "eu gosto é de homem", mas que a Angelina é mulher para se lascar, isso é. Não foi a toa que a coitada da Jeniffer Aniston dançou. Além do mais, Angelina nasceu para a tela, e para ser venerada. Alguns atores e atrizes são assim. James Dean. Marilyn Monroe. Angelina Jolie.



Foi dose dupla da moça nesses dias: primeiro Garota Interrompida, que revi (pobrezita da Winona, chega dá pena vê-la ao lado de La Jolie ali) e gostei mais que da primeira vez; e hoje peguei Sr. e Sra. Smith. Muito legal o filme. Brad Pitt se perde - e parece se divertir com isso - durante o filme inteiro, com sua cara de pomba-lesa (certo, ele dá o maior caldo, mas que junto de La Jolie o rapaz se perde, se perde).

Além do mais, o enredo reforça minha velha teoria de que as mulheres vão conquistar, sim, o mundo. Brincadeira (não, mas acredito mesmo nisso das mulheres, hehehe). Na verdade, o tom é politicamente corretíssimo, a meu ver, trazendo uma mensagem de igualdade real entre homens e mulheres, e não esta "aspeada" que vivemos. E para melhorar, no filme, no final o amor vence. Como eu gosto.

Olha aí minha cena preferida. Perfeita.



Ah, também gostei da trilha sonora. Supimpa!

7 de out. de 2005

6 de out. de 2005

"E em tudo que eu faço
Existe um porquê
Eu sei que eu nasci
Eu sei que eu nasci pra saber
prá saber o quê?
"

O Dia (ou A Manhã, talvez...)

Deus sabe que tô achando ridícula essa nova idéia da Globo de uma novela chamada Bang-bang, passada no Velho Oeste Americano e onde as pessoas só falam em "dólares". Mas também é verdade que consegui assistir meio capítulo só por que o mocinho (ou bandido?) cantou para a mocinha (certamente) esta aqui, não dá para negar...

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Por falar desta última sandice global, li agora a pouco no JC sobre o indeferimento da liminar da Frente Parlamentar contra o desarmamento para que a novela fosse retirada do ar. Para não assinantes, aqui. Sobre este famigerado referendo, ando tão atarantada com a quantidade de informação que recebo sobre a questão, que estou quase a esquecer o politicamente correto e votar em branco, por pura canseira... Serei a única? Desconfio que não...

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Essa coloquei no forno a uns dias (mas não queimou ainda): o Noblat participará de um debate na Bienal do Livro de Pernambuco. O tema: "O Blog- Jornalismo na Internet". Dia 8, às 20:45. Daqui. Obviamente não irei (à palestra; à Bienal, tenciono), tsctsc ...
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Na mesma data, a palestra anterior ao debate sobre Blogs será com o Afonso Romano de Sant'Anna, acabo de descobrir. Poesia para que serve?. Desse jeito não vai sobrar unha para roer próximo sábado... Considerando a programação da tarde (não entrem, é link já postado: sábado jogam Náutico e Guarani. Sou uma blogueira ou um rato?)

Interrompemos nossa programação

Desculpem, mas hoje estou

NESSAS CORES!

Porque de virada é mais gostoso!

Uau

JC - Stevie Wonder diz que cirurgia inédita pode fazê-lo enxergar

O cantor e compositor Stevie Wonder, 55, poderá voltar a ver. Ele ficou cego quando ainda era criança. Stevie será pioneiro em uma cirurgia oftalmológica para a introdução de um microchip.

"Fui testado e me disseram que eu tenho possibilidade e posso ser um dos candidatos a esse tipo de operação", disse o músico aos jornalistas.


Será que o Caetano vai fazer outra música, se acontecer mesmo? Estou torcendo (pela cirurgia).

5 de out. de 2005

Titia Rita tocando na cachola...

Mais especificamente a penúltima faixa...

4 de out. de 2005

Ronaldices

Mas que gente sem humor, não? Era de se esperar... Uma coisa é certa: o Ronaldinho custa a aprender, mas que no final ele aprende, aprende...

MSN Esportes - Novas comemorações de Ronaldo e R. Carlos irritam adversários

MADRI (Reuters) - Os jogadores brasileiros do Real Madrid estão de novo no centro das atenções por causa da onda de comemorações extrovertidas durante a vitória da equipe por 4 x 0 sobre o Real Mallorca, no fim de semana.

Ronaldo, Roberto Carlos e Júlio Baptista marcaram juntos os quatro gols de domingo no Bernabéu e comemoraram pulando como cangurus e depois brincando de pular carniça.

Verdes Verdades

Foi a Vera quem me contou isto, me lembrou isto e ainda por cima me informou mais isso.

Como gosto do Noblat, sou devota de São Francisco e fã de James Dean, só me resta mesmo constatar: eita blog porreta, sô...

Por que 7?

Meu momento terapêutico do dia.


7 coisas que eu odeio fazer ou que me dão medo
*tudo isso aí odeio, menos os itens que estão com observação

– dirigir
- dirigir carro grande (tenho medo)
– cobrar e ser cobrada
– esperar em salão de beleza
- esperar em fila de banco
- perder criança no meio da rua (tenho medo)
- fazer escova (queima o couro cabeludo, sabia?)

7 coisas que eu gosto
- ler
- água
- blogar
– fazer aula de ginástica no parque (nem eu acredito)
- viajar
- sair de casa
– pão e manteiga

7 coisas importantes na minha casa
- rede
– tv a cabo
- varanda
- micro
- toca-cd
- toca-vinil
- cortinas que deixem tudddddddddddoooooooo escuro para dormir

7 fatos sobre a minha pessoa
- muitas vezes falo mais do que devia sobre mim mesma (argh)
- muitas vezes dou mais palpites sobre problemas que as pessoas me trazem (sobre si mesmas) do que devia (argh)
- tenho bom gosto musical (HAHAHAHAAHAH)
- rôo as unhas
- tenho fobia a rato
- tenho cara de chata mas não sou (HAHAHAHAAHAH)
- estou ficando corcunda

7 coisas que planejo fazer antes de morrer-
-ter um sítio
-ter bichos
-ir a Europa
-não ficar corcunda como vovó
-não ter compulsão por comida (alguma dica?)
-adotar um pirralha
-voltar a cantar direito

7 coisas que consigo/posso fazer
-pedir desculpas
-arrumar a minha bagunça e a alheia
-encontrar rapidinho qualquer palavra ou trecho em textos grandes
-usar sapatos baixos mesmo tendo que ouvir em "Esquadrão da Moda" (ai, eu gosto) que isto retira todo charme da mulher
-pescar peixinhos
-afirmar, apesar de tudo, que admiro o Zé Dirceu em muitas coisas
-continuar adorando rever alguns filmes "bobos" de que gosto desde a adolescência (tipo O Clube dos Cinco que revi domingo).

7 coisas que não faço ou não poderia fazer
- ir a praia e não entrar na água
- fazer mal a bichinhos
- dar cambalhota
- deixar de gostar de música
- assistir jogo de tênis (tem mais chato?)
- não ajudar determinadas pessoas
- surra em menino (palmadinha eu dou)

7 coisas que eu mais digo
- visse?
- CLARA!
- oi?
- foi (no meio das frases, sem a menor necessidade)
- hum.
- tá
- mas

7 celebridades
- Irmã Dulce da Bahia
- Herbert Viana
- Elomar (se você não sabe quem é problema seu, para mim é uma celebridade)
- Fidel Castro
- Dona Joanne Rowling
- Gilberto Gil
- Frida Kahlo

7 pessoas que eu gostaria que respondessem
- Vamos ao politicamente correto : vocês tudo!

3 de out. de 2005

A filha pródiga

Confesso que fico (ou ficava?) com um pé atrás quando ouço (ouvia?) falar de disco novo do Lenine. Coisa de fã chata do Olho de Peixe desde o tempo que o Lenine não era uma estrela da MPB.




Olho de Peixe, prá quem não sabe, é um dos dez melhores discos já lançados nos últimos dez anos nessa terra brasilis (estou podre de horrorosa hoje a fingir que sei das coisas, hahahahah)...



Mas voltando às minhas cismas com o Lenine de pós-olhodepeixe, estou a escutar aqui (salve, salve, UOL) o In Cité e ... Lenine, meu filho ... voltei a te amar depois dessa letra:

"Tá cansada senta
Se acredita tenta
Se tá frio esquenta
Se tá fora entra
Se pediu agüenta

Se sujou cai fora
Se da pé namora
Tá doendo chora
Tá caindo escora
Não tá bom melhora

Se aperta grite
Se tá chato agite
Se não tem credite
Se foi falta apite
Se não é imite

Se é do mato amanse
Trabalhou descanse
Se tem festa dance
Se tá longe alcance
Use sua chance

Se tá puto quebre
Ta feliz requebre
Se venceu celebre
Se ta velho quebre
Corra atrás da lebre

Se perdeu procure
Se é seu segure
Se tá mal se cure
Se é verdade jure
Quer saber apure

Se sobrou congele
Se não vai cancele
Se é inocente apele
Escravo se rebele
Nunca se atropele

Se escreveu remeta
Engrossou se meta
Quer dever prometa
Pra moldar derreta
Não se submeta
"
(Do it, Lenine e Ivan Santos)

"A saudade mata a gente, morena..."

Até que enfim o Blogger desestresou... Já tava ficando igual a ele...

Fui procurar no Google uma foto de um menino empinando pipa e não rolou nenhuma legal... Em compensação...



Ê, sôdade... Ele fugiu vai fazer um ano. São Francisquinho não pode ter falhado com ele como eu. Ela está muito bem lá em Dona Rita. Assim espero...

2 de out. de 2005

Meu tempo é quando

"Na laje fria onde corava sua camisa e seu alforje de caçador." (escandalosamente feliz mergulhada nas palavras)

"Daquele amor de música ligeira nada nos livra nada mais resta." (um laço infinito, jamais se perderá)

"Que eu não vim de longe para me enganar" (embriagadamente racional neste sôfrego debater-se de sons) "Todos irmãos da lua ... Farinha do mesmo saco...)"

"Um tempo que o tempo não esquece." (faces demais, que passam e que amo)

"Imagens que vagam penetram propagam machucam meu corpo carente". (caminho com força e pressa para a dor dissipar nos passos)

Um mar onde sempre naufragar. Este porto para onde sempre voltar. ("Uma parte do mundo é nossa morada, a outra parte é nosso quintal")

"Dorme, menino grande..." (a beleza única de viver)




Palavras estão em mim e nelas estou.
Elas desaguam. Respiro-as.
Em espirais são nuvens:
de meu corpo fazem céu.
Sou fogo, é ar.
Consumimo-nos.
Reciprocamente.
Deixo-me ir, vão me levar.
Sentidos e veias invadem.
Viagem. Torpor. Não quero voltar.






"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço
Meu tempo é quando
"

(Poética, Vinícius de Moraes)

(Não sei me dizer e sou feliz assim)