29 de out. de 2005

O rio

Um rio corre. A força de mistério desta verdade não se traduz. Um rio corre. Assim também as palavras. Palavras são seres de água e seres de sombra. Corredeiras, porém. À noite se evadem e vão semear poemas.



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É pouco? Eis o
cardápio. Enjoy yourself...


Depois de tudo isso, impossível não citar este rapaz... Ciao (porque assisti este)... Fiquem com meu bom dia.



Bom dia IV

É fria a madrugada insone.
Gesta mornamente, em paisagem alheia,
o calor do dia.
Bicicletas tremulam aos portões.
São lassos os diálogos cantantes da matina:
arrastam corpos
e tecem esta frágil, translúcida, vigilante redoma.
Não é gélida a brisa que tomba flores claras.
Um sino seco, avarandado, desperta,
à luz crescente.
Distante ladra o cão em contraponto.
Os homens dormem;
não falam os que se atrevem.
Estendem, porém, aos poucos, braços dormentes contra a teia iluminada.
Raios sem culpa alardeiam: é tempo. Chegada a hora.
Bom dia.

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