"
Quando ele aparece
bonito e mudo se posta
entre moitas de murici.
Faz alto-verão no corpo,
no tempo dilatado das resinas.
Como quem treina para ver a Deus,
olho a curva do lábio, a testa,
o nariz afrontoso.
Não se despede nunca.
Quando sai não vejo,
extenuada por tamanha abundância:
seus dedos com unhas: inacreditáveis !"
(Memória Amorosa - Adélia Prado)
(A idéia na imagem -
Sandra Chinelate - é pura licença poética desta que vos fala!)
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