27 de set. de 2005

Às armas?

Faltando menos de um mês para o referendo pelo desarmamento, sobre o dia 23 de outubro apenas sei uma coisa: vou trabalhar nas eleições. Em que votar, nem,nem... Ainda, sinceramente, não sei. E essa indecisão começou a me preocupar essa semana, depois de receber esse texto por email. Estranho que, imaginando não ser eu a única indecisa de plantão, o TSE resolva reduzir o tempo de propaganda destinado a discussão no assunto na sociedade. Quanto mais se fale do assunto melhor, acredito.

Importante observar do que trata o denominado "Referendo do Desarmamento". O erro começa pelo uso da expressão DESARMAMENTO. De fato, é sobre o comércio das armas de fogo que iremos decidir. O senado federal organizou um site interessante sobre o assunto (que infelizmente intitula-se "Site sobre o Desarmamento"). Vindo de lá:

"Referendo

O referendo é outra forma de consulta popular sobre matéria de acentuada relevância, na qual o povo manifesta-se sobre uma lei após ela estar constituída. Assim,o cidadão apenas ratifica ou rejeita o que lhe é submetido.

É isso que ocorrerá em outubro deste ano com o Estatuto do Desarmamento. O povo será chamado a se manifestar quanto ao art. 35 da lei que diz: “É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei” (rol dos agentes que podem portar arma de fogo).

Como este artigo causará um impacto sobre a indústria brasileira de armas, a população dirá se concorda ou não com ele. Caso a população, em maioria simples, referende esse artigo, isto significará, em última instância, um desarmamento total do cidadão comum."


O site, obviamente, defende o "desarmamento". Apesar de minha tendência natural pelo "sim" achei isto bem ruim, porque é um contrasenso que se consulte a população de maneira parcial, induzida. Afinal, não se quer promover o debate?

Em tese, eu sempre votaria contra o comércio de armas (embora esteja meio que convencida de que não será esta a preferência da população). Se não ouvisse ninguém, se não lesse nada, se atendesse apenas a meu coração, não haveriam dúvidas. Já tive armas em casa e já detestei tê-las. Consegui não tê-las mais, pretendendo que prossiga assim ad eternum. Ademais, sou fã do Michal Moore, adorei Tiros em Columbine (vejam). Infelizmente, porém, no país em que vivemos, fica sempre difícil crer nas boas intenções de quem quer que seja. A pulga não sai nunca de detrás da orelha do bom matuto...

Pois é, resumindo, estou esperando ser convencida. Considerem aberta a temporad... ops, a ciranda!

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