28 de jan. de 2005

Desventuras - O filme

Afinal fui assistir Desventuras em Série. Presentinho prá mim mesma por ter tido uma semana de corno.



Pior que teria sido um presente mesmo só prá mim, não fossem alguns poréns, apesar da idéia inicial ter sido prencher mais uma tarde de férias da Clara: chegando para comprar o ingresso bem antes da hora, fui informada pela atenciosa atendente que o filme era legendado. Àqueles que não fazem idéia sobre o que estou falando, explico: um filme ser legendado, para a mãe de uma pirralha de 6 anos recém alfabetizada, significa ter que explicar para a pequena criatura todos os "prumode" da história, aiaiaiaiai... Quase todos, melhor disser, porque as criancinhas de 6 anos de hoje já não são as que fomos, são muito espertas. Mas também, onde que eu ia parar prá ver se um filmes desses era ou não dublado, aqui em Recife? Isso é um verdadeiro milagre nessa terra, filme infantil não dublado na telona!

Impasse a postos, deixei ela resolver. "Quer ver mesmo o filme? É legendado." É claro que ela quis, mãe é um bicho besta mesmo, hein? Só fiz gastar crédito de telefone em vão. Mais tarde lá estávamos nós no escurinho do cinema, empaturrando-nos de salgadinho Torcida, guaraná e MM.

Uma primeira impressão do filme (e atenção, quase todas “primeiras impressões” ficaram como únicas, já que a melhor apreensão que poderia haver obtido ficou prejudicada pela função de tradutora que precisei desempenhar): gostei muito da forma de narração escolhida, apresentando o próprio Lemony Snicket enquanto datilografa a hitória como em geral ele se mostra, ou seja, sem mostrar o rosto, chápeu ou sombra encobrindo-o. No filme, sugere-se que o autor está a investigar os casos, o que não sei se veio da série literária, já que li apenas o primeiro volume, mas, mesmo que não tenha sido, a idéia é ótima. O filme baseia-se nos três primeiros livros, e, neste tópico creio que o roteiro apenas foi feliz até certo ponto: no final a história se perde um pouco, o que não deixa entretanto de ser natural num filme em que a história não acabou mesmo (salvo engano a série já está no décimo livro e não sei se acabou...). Talvez também a confusão tenha sido minha, porque da metade do filme em diante o frio no cinema passou a quase insuportável (e eu esquecera os casacos, claro) e as minhas "leituras" começaram a deixar Clara meio impaciente. Normalmente não me apetecem mudanças na história, mas o fato é que desta vez gostei da amarração feita jogando-se um episódio do livro um para o final: ficou bom.

Visualmente, o filme é perfeito, amei os ambientes recriados e também a atuação do elenco, obviamente com olhos mais felizes sobre as crianças, que estão muitíssimo bem. A Sunny está uma gracinha à parte, com seus coerentes pensamentos mal formulados. Junto com o Conde Olaf de Jim Carrey, é responsável pela maior parte das risadas do público. Ele, como sempre, exagerou um pouquinho na dose caricatural, mas para o filme ficou bem, considerando que o conde é um ator. E Meryl Streep, conforme previsto, só não rouba a cena porque competir com um bebêzinho lindo daqueles é sacanagem... Pra complementar, não deixem de ver a animação nos créditos finais. Muito legal...

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