9 de jul. de 2008

Para você, que é meu amor

Não sei, não sabe ninguém
Porque canto o fado neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste tormento, todo o sofrimento
Eu sinto que a alma cá dentro se acalma
Nos versos que canto

Foi Deus, que deu luz aos olhos
Perfumou as rosas, deu oiro ao sol
E prata ao luar
Foi Deus, que me pôs no peito
O rosário de penas que vou desfiando
E choro a cantar

E pôs as estrelas no céu
E fez o espaço sem fim
Deu o luto às andorinhas, ai
E deu-me esta voz a mim

Se canto, não sei o que canto
Um misto de ventura, saudade, ternura
E talvez amor
Mas sei que cantando, sinto o mesmo que quando
Se tem um desgosto e o pranto no rosto
Nos deixa melhor

Foi Deus, que deu voz ao vento
Luz ao firmamento e deu o azul
Ás ondas do mar
Foi Deus, que me pôs no peito
O rosário de pemas que vou desfiando
E choro a cantar

Fez poeta o roxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores à Primavera, ai
E deu-me esta voz a mim.

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