8 de mai. de 2008

O azeite e as dificuldades da vida moderna

Viver está ficando muito difícil.



Fonte

Não, não vou falar sobre a morte, como pode supor a imagem (bonitinha, né? Só colei por isso, prumode ilustrar "o ovo" - tentativas de compor um post decente depois de anos!).

Vou falar do azeite.

Não bastasse o ovo, que agora não é mais vilão e pode ser comido, salvo engano, todos os dias (e fico eu numa encruzilhada porque ensinei a filhota que só se deve comer 2, no máximo, 3 vezes na semana), agora vem o azeite.

No passado, azeite era um item muito caro. Agora, mais popular, e sabidamente uótimo para a saúde (reduz o raio do colesterol ruim!), sofisticou-se também (um contrasenso, ademais, algo ser popular e ser complexo, coisas deste tempo que definitivamente não é mais o meu): agora só presta o azeite extra virgem. Não compre nenhum outro, não presta.

No passado, o único azeite que prestava era o Gallo. Ótimo. Caréssimo, lembram? Olha ele aí. Acho linda a embalagem, confesso. Deve ser o subconsciente que me diz isso, já que era um símbolo de riqueza consumir azeite Gallo.





Não existia Gallo Extra Virgem. Contudo, o mercado é implacável, teve pois o Gallo que modernizar-se, na corrida da concorrência. Resumindo: virou extra virgem. Taí.





Mas não é suficiente ser extra virgem, agora. Sabe por que? Por que o azeite tem que ser "extra virgem, primeira prensagem a frio". Ééééééé. Acabam de informar-me por email. "Procure o extra virgem, primeira prensagem a frio". Eu aguento?

Quer dizer, quem pode viver com tanta informação na cachola? Como se não bastasse eu ter que lembrar telefones, datas de aniversários, senhas, rotinas, legislações e horários de remédios, as pessoas inventam e fornecem cada vez mais informação para acumular. Tenho um amigo que lê os rótulos de tudo que compra. Prá que? Que loucura é essa?

Era da informação do escambau. Isso cansa.

Depois ninguém sabe porque estamos tantos fadados a envelhecer com Alzheimer. Nada me tira a idéia de que sobrecarregamos nosso cérebro com informação demais. Prevenir a doença mantendo "o cérebro ativo em atividades como leitura e trabalhos que exijam atenção e concentração"? Pois sim! Descanso para o cérebro, que é uma máquina como outra: congestionada, pifa! Quer não pifar? ESVAZIE-A.

O meu único problema é conseguir.

Ah, só mais essa: adoro azeite. Eu tinha que dizer.

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