7 de mar. de 2007

Ave

A minha alma não se retrai.
Sou o que sou
e sou o que posso -
profundamente
nada além desejo.
Ser fera, ser bicho...
isto não me cabe.
Não figuro – protagonizo meus dias.
Espero, sim,
mas também passo -
aprendi com os dias e as esquinas.
São doces as asas que se abrem em mim na despedida,
do alto tudo reconheço.
É serena e seca a brisa em meus pêlos,
suave e leve o calor que me atinge -
esplendidamente alcanço a manhã em livre vôo.
Jamais me perco.
É o sentido das aves que habita-me
e dia a dia
acrescenta em mim as cores
que aos olhos inflamam.



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