13 de jun. de 2006

"Que bonito é..."

Querem matar o Zagalo, meu Jesus. Sim, eu o vi no Jornal Nacional, chorando e beijando uma pequena estatueta de Santo Antônio que tirou do bolso. O que me fez recordar antes de mais nada: o dia do santo não foi ontem, é hoje, treze de junho - um engano plenamente justificável se partido de uma nordestina, já que na terrinha os santos juninos são sempre comemorados na véspera. Isto não é ilógico, acrecento, é coisa de gente que é muito trabalhadora (ao contrário do que possa parecer), mas também muito festeira, de maneira que a festa inicia na noite anterior, após a labuta, e dá para dormir direitinho para acordar cedo no dia posterior.


Foto hospedada em v-brazil

Mas voltando ao início, querem matar o Zagalo. Não há como se explicar que hajam levado um homem capaz de fazer aquilo diante das câmeras a Copa do Mundo, onde, de toda forma, a emoção será imensa, seja para o bem ou para mal. A vitória ou a derrota. E prá completar, a estréia é no dia do santo de devoção do homem. Ou não era, o homem virou devoto depois que viu a data, visto ser o número treze sua fissura. Que nada. A fissura do velho é mesmo a bolinha rolando sobre a grama verde. Paixão levada ao extremo exato, além do que.

Por coincidência, escutei de um amigo hoje o seguinte comentário, sobre o jogo de virada da Austrália sobre o Japão, nos oito minutos finais do jogo: que pesando os dois lados, o resultado deveria ter sido 1x1, porque o Japão jogara bem até perto do fim, depois a Austrália se superou, logo, houve equilíbrio. Discordei como sempre com um patada (ô, sina), com a idéia que aqui transcrevo: o meu amigo não consegue ver a beleza maior existente no futebol. Não é? Essa coisa trágica, de folhetim, que encanta, emociona, faz o povo berrar e enlouquecer: um time, em oito minutos, empurrar três gols numa equipe até então dominante. Qual o potencial inconsciente de um fato assim? Gente, a superação! A perda frustrante de um lado, a vitória exaltante do outro. Competição ferrenha: o campo gramado, local onde tudo é possível. O futebol é feito a vida. Ou como se quer a vida, não sei. Já sei: como é a vida de fato, pronto. Só que nem todo mundo consegue ver a vida como ela é de fato: possível.

Pronto, peguei o vírus. Com filosofia, não tem como não pegar.



Notinha: acabo de ler na Vera sobre o pedido de prisão pela Justiça italiana do Cafu, capitão da seleção, envolvido em um processo de falsificação de documentos. Caraca! Esse povo é mesmo louco por futebol, e a doença não é só brasileira! Concordo plenamente com a Vera e completo: estão se borrando de medo do Brasil. O que, em minha ótica, é preocupante, porque o medo é um combustível poderoso, quando consegue pegar fogo...

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