Hoje amanheci comentadora de vossas senhorias, perceberam?
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Minha taxa de Glicose, em jejum de doze horas, deu 91, sendo o limite máximo 99, tá lá no exame. Diagnósticos? Algum diabético a vista dá uma dica? Eita, q tá ligado o hipocondômetro... Que chato, vou ter que levar o exame à doutora querida...
Muito mal isso, considerando que estou naquelas fases cozinhadeiras, de inventar modas: pão de queijo, umbuzada e despensa cheíssima... Até comprar trigo para kibe comprei (só não deu coragem ainda, hhehehe...)
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De manhã passava na Cultura um documentário sobre Lêdo Ivo, poeta que não conhecia até então, mas com quem , apesar de aparentar ser um velho bem chato (não mentirei), me identifiquei enquanto leitora de poesia, e, por que não dizer, poeta (fraquinha, mas poeta). Ó só:
"Condição para Aceitar
Que a morte me lembre
um mar transparente,
só assim a aceito:
silêncio final
dentro de meu peito,
perfeição de vagas
brancas e caladas,
paisagem abolida
no horizonte raso
do mar sem coqueiros,
vazio do mundo
após a palavra
que quis dizer tudo
e não disse nada."
"Nasci num lugar anfíbio, de águas, lagoas e ilhas, num Nordeste de terras moles e peganhentas, de mangues e caranguejos, e de meninos barrigudos que comem barro. Este é o meu universo, aquele que procuro fixar por intermédio da arte e da linguagem." (O poeta é alagoano - terra que está se chegando...)
E para entrar em abril (lindo, lindo, lindo!)...
"SONETO DE ABRIL
Agora que é abril, e o mar se ausenta,
secando-se em si mesmo como um pranto,
vejo que o amor que te dedico aumenta
seguindo a trilha de meu próprio espanto.
Em mim, o teu espírito apresenta
todas as sugestões de um doce encanto
que em minha fonte não se dessedenta
por não ser fonte d'água, mas de canto.
Agora que é abril, e vão morrer
as formosas canções dos outros meses,
assim te quero, mesmo que te escondas:
amar-te uma só vez todas as vezes
em que sou carne e gesto, e fenecer
como uma voz chamada pelas ondas."
Ave Maria, não tenho nada desse homem aqui em casa. Dei um rolé no Google e num primeiro momento não vislumbro nada mais substancial, em termos de textos dele. Quem tiver, grite. A biblioteca vai me salvar em breve, deixem passar essas defesas indiretas de mérito e aulas. Aliás, não sei que faz aqui a conversar potocas, tenho provas na semana e amanhã é dia de branco, para mim...
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Vocês andam aborrecidos com tanta poesia por aqui, não andam não? Eu também. Fazer o quê, né? "Eu canto porque o instante existe/e a minha vida está completa./ Não sou alegre nem sou triste: sou poeta." (Motivo - Cecília Meireles) (olha ele aí de novo, o vício...)
O velho, para concluir:
Lindo, né? Tô apaixonada...
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