15 de set. de 2004

Ainda sobre esquecimento

E aquilo que nunca foi lembrado, que dirá esquecido?
E o que nunca emergiu da fundura d´água escura do lago d´alma?

Os poemas abaixo são assim. Não são meus. Eles deverão aparecer aqui de vez em quando. Se alguém gostar ou achar que é boa poesia, ou ainda se alguém que entenda tecnicamente de poesia achá-los bons, por favor, levante a mão. Gostaria de fazer algo por quem os escreveu.


"Lá onde mora o véu das rosas descarnadas,
sem sonhos e de amor esmaecidas,
vangloriam-se as eternas aldeãs de pensamento impuro.
E, quando alvorece o universo, ancoradas em seus recíprocos e ambiciosos lumes,
Perguntam à noite, fleumática e sem vaidade: onde termina a solidão?"


"Nem um átimo de brisa.
Ao lume angélico de teus olhos escuros
sopra o desejo enfadonho.
Ante o sereno rubor da aurora,
sopra uma réstia de sonho.
Pois possuir-te é embuste
desvirtua o simples amar.
Mas não querer-te é degredo,
limite entre o som e o gesto,
segredo entre o canto e o mar."



"Tua fronte envelhecida e lógica,
tua fronte pálida, perdida na moldura caótica de teus cabelos e barba grisalhos.
Escondes nela teu rosto como que para esquecer-se
nos labirintos ermos da minha memória
que assim, repleta dessa imagem esmaecida de homem
regurgita na alma a dor febril, sistemática e pungente."


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