... algo que me fez bem ler.
Espero que faça bem a mais gente, por isso reproduzo.
"De que outra forma deveríamos amar, se não como se fosse a última vez? Porque o amor é ardiloso e exige dedicação, ardor e entrega para crescer plenamente. De que outra maneira beijar a pessoa amada, se não como se ela fosse a única? Porque o objeto (ou seria o sujeito?) do amor pede devoção e cumplicidade, sob o risco de sentirmos na boca um travo de amargor, rancor e dor. De que outro jeito descansar, se não como um príncipe? Porque nós somos os soberanos das inúmeras realizações diárias que executamos em casa, na escola, na rua ou no trabalho. E se é arroz-e-feijão que se tem para comer, por que não fazê-lo como se fosse o máximo? Não, não é questão de resignar-se com o pouco, mas de ser grato pelo que a vida está oferecendo naquele momento. Festejar a abundância, qualquer um faz. Difícil é enxergar algo onde os outros vêem nada. Tudo isso parece utopia? Pois para mim, são elementos essenciais do prólogo de uma história de vida feliz, que eu procuro escrever todos os dias, uma linha de cada vez. É claro que, em alguns momentos, monossílabos, hiatos, verbos de ligação e pontos finais imperam em parágrafos frios e curtos. Mas há também os capítulos longos, repletos de ditongos, contrações, objetos diretos e indiretos, apostos, parênteses e reticências. Se o final for feliz, melhor. Porque o que interessa mesmo é que o conteúdo dessa escrita seja rico em detalhes e emoções. "
Escrito pelo Demas, do excelente blog Buarqueando, sobre a canção "Construção", do Chico Buarque.
Um bom natal para todos os passantes, ficantes, e para todos os que verdadeiramente amo, de muitas maneiras diversas.
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