Uma coisa aprendi nos últimos meses (aprendizado para a vida inteira): chorar é um ato anti-social. Sim, correto. Triste (não chorem), mas verdadeiro. O choro subverte de tal maneira o ambiente em seu redor, mais intensamente que se fosse ele uma bomba que explodira a janela. Um grito é mais bem-vindo. Uma agressão choca, mas não oprime: gera um estampido de revolta nos que a assistem, não há terror. Uma queda é sinônimo de risos e relaxamento. O choro não. Quando alguém chora, as paredes também ficam molhadas. Todos olham ao redor como se uma grande inundação estivesse prestes a derrubar a sala, e seu reboar já se ouvisse vindo, vindo. O choro traz medo a quem o fita. Talvez seja apenas medo da lágrima pessoal, contida, a que não se verte. O choro recorda a todos que ela existe dentro de qualquer um, e poderá a qualquer momento não resistir. É angustiante em demasia tal constatação, da qual, ao menos por ora, está liberto aquele ao centro do turbilhão.
Quem chora é prisioneiro em sua própria máscara revelada. É de nudez o sentimento. O corpo porém não apresenta a verdadeira saúde que possui, há carne viva aos olhos alheios. Sim, todos vêem carne viva. A cena é dantesca.
Aquele que chora deve evitar espelhos. Deve evitar o tato e a voz humana. Apenas um bálsamo é eficiente: o ar. Respirar cura choro. Ar é água se compreendem, pois que da mesma essência são.
O choro traz paz. Transtornos também - pois transgredir a norma não é fácil - mas sobretudo paz. Não dá para pensar sempre, porém, naquilo que se deve ou não se deve fazer. Fôssemos máquinas, seria diferente. Não somos; portanto, há tempos em nossas vidas de se fazer o que é possível. Apenas. Paciência. O Super-Homem e a Mulher-Maravilha estão aí para serem os fortes que não podemos, sempre, ser.
Um comentário:
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