26 de jan. de 2006

Depois das últimas

O mundo pop desde a adolescência me atraiu, e a atração permaneceu com a idade - porque a alma manteve-se burra e jovem mesmo superada a barreira dos trinta. Porém, há algo que não consigo entender: a MTV. Eu começo a assistir e até suporto alguns minutos, mas logo logo me vem a mente a seguinte questão: qual o problema com esse povo? Prá que tanta máscara? Fico muitas vezes com dúvidas sobre onde termina a face e começa a capa, e vice-versa... Mas não é apenas com o mundo pop que tenho tal problema, afinal...

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O acaso vai me proteger enquanto eu ficar distraído

Sempre que escuto o verso penso em mim mesma, e em meus trinta e poucos anos. Foi assim: no dia em que comecei a pensar muito no que faria depois, a fila, que andava que era uma beleza, começou a empacar. O destino não gosta muito que nele se ponha rédeas, eis a verdade. Certo está o Zeca Pagodinho, que deixa a vida o levar.

Mas na vera, na vera, não acredito em nada disso que escrevi. Não sou tão burrinha assim, ora pois pois.

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Sinceramente, como vocês aguentam tanta choradeira minha? Eu hein, Rosa.

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Roberta Sá cantando Bossa Nova faz você esquecer que a muitos anos está enjoada de Bossa Nova. Prá valer. Se quiserem ouvir, apitem - eu tenho, graças a doce Mari do Céu.

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No trânsito, antes do carro virar uma esquina movimentada. Ela disse: “Deus deve ter muito trabalho para olhar todo mundo, né, mãe?” . Foi a que propósito mesmo? Lembrei. Vieram limpar o párabrisa – neguei. “É porque você não tem trocado, né?” “Também, mas também porque é perigoso abrir o vidro aqui.” “Por que?” “Pode ter ladrão.” Daí, ela veio com a frase. Recife, a cidade mais violenta do Brasil, dissem...



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Notaram que eu voltei, né? Eu sou um prato de papa, definitivamente. Só não venham cobrar assiduidade, pelamordedeus. E coisa trabalhosa, Deus me ajude a não inventar. Ah, adivinhem em que momento resolvi voltar? Não, não foi com o que o Jôka escreveu tão bonito lá nos comments, foi quase. Foi escutando um comercial de carnaval na televisão. Ô, doida, sô... Mais especificamente, a Spock Frevo Orquestra, boa toda. Então, vendo o comercial, percebi que não resistiria a falar aqui sobre o carnaval da terrinha. Irresistível. O que não tem jeito, solucionado está. Eu adoro frevo, adoro música, e adoro blogar. E adoro vocês também. E muitas outras pessoas. Mil beijos.

18 de jan. de 2006

O último Tocando na Cachola?

Faz dias que quero postar isso aqui. Já tá mais que na hora, certo? Tá muito difícil manter esse blog, o pobre não merece ser tão abandonado. Bom, sendo assim, me despeço. Até segunda ordem, quem sabe. Chorem não, senão eu também choro quando tocar na cachola essa aqui... Piegas? Fazer o quê, se é o que eu sou...



"Já está chegando a hora de ir
Venho aqui me despedir e dizer
Em qualquer lugar por onde eu andar
Vou lembrar de você
Só me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
Mas agora adeus
Só me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
mas agora adeus
"
(Despedida - Roberto Carlos/Erasmo Carlos)

15 de jan. de 2006

O melhor dos blogs - num giro de 10 minutos

Juntar imagem e palavra nem sempre funciona como nesta GIF encontrada no blog dessa criatura linda (que eu não consigo nunca chamar de vaca, é contra os princípios dessa nordestina abestada, embora eu ache uma fofa imagem a imagem da vaquinha)...



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Do sítio do Nilson, o Nosso Quintana, poesia que se respira...

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O sempre bom Canoa Furada, do Marcus, voltando de viagem... Tem foto de casa de cabeça prá baixo, música do Madre Deus e notícias sobre falsos programas anti-spyware(ui) ...

8 de jan. de 2006

Pernambucanidades

Restauração do Chanteclair tem nova alteração - Projeto teve orçamento reduzido e sofreu mudança na arrumação interna do edifício. Café-concerto foi retirado da proposta

A restauração do Conjunto Chanteclair, novela que se desenrola há quase cinco anos, foi novamente alterada. Desta vez a mudança recai sobre o valor da obra e a arrumação interna do edifício, que ocupa um quarteirão na esquina do Cais da Alfândega com a Avenida Marquês de Olinda, no Bairro do Recife.




Conjunto Chanteclair? Como são chiques estes arquitetos e investidores... Gente, o Chanteclair era o mais chique puteiro do Recife! Olha, que eu conheço antigos frequentadores, hehehehehe!

Mudando de assunto, bem que eu queria ver uma fotinha do dito-cujo cabaré (da fachada, gente, da fachada...)...


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Um baita de bom fotoblog da minha cidade. Visitem e percam o fôlego.

Update - Link corrigido, Dom Jôka!

Domingueiras

Se você se conforma, a vida vira uma bosta. Pense nisso, olhe o sol de domingo e vá fritar seu peixe, Dona Maria, que a fila tá andando.

Amanheci com cara de livro de auto-ajuda, ora pois pois.

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Coleções: de cabelos, de sementes, de chaveiros. A última onda da imperatriz aqui de casa.

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Nessa noite os boêmios de plantão me agraciaram com Beatles a noite toda, um primor. Até compensou essa britadeira que acordou cedo (para os outros, não para mim) e tirou Helena Meirelles da cachola na matinal.

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Li na Cássia que Gil e Caê andam brigando por conta de verbas do Ministério. E agora o Caetano quer ser ministro tambémé? Hahahahahahahahah. Nossa, que precipitação, confesso que nem sei direito do que se trata (ando com uma preguiça para assuntos sérios assim...) “No entretanto”, estou me coçando para saber direito, é vero...

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Anos e anos de “Ruindows” e continuo sem compreendê-lo (ô, relação conturbada): prumode tem que travar o Internet Explorer quando trava o AVG? Eca. Os computadores lembram demais os seres humanos (é o velho problema da criatura imitar o criador).

Prá tu, o "Tocando na Cachola" de hoje

Conheci muitas pessoas doces ao longo da vida; elas se sucederam, infinitamente, o tempo todo. A minha premissa é: sou uma pessoinha do bem, daí atraio gente boa (e foda-se a modéstia - foram vocês que me deram esse apelido, eu não tenho nada com isso, sou uma peste). Sim, concluindo, os semelhantes se atraem (o que não exclui a máxima absoluta inversa, “os opostos se atraem” – ainda que haja quem creia que "eles não se misturam", heheheh).

Então, sempre foi assim. A minha passagem por esse mundico tem sido marcada pela presença de algumas criaturas que eu jamais esquecerei - ainda que do aniversário delas, de vez em quando, eu esqueça. Então. Tem certa pessoa que foi uma das primeiras que apareceu assim, feito uma paisagem bonita para a gente apreciar, ficar olhando, se emocionando o tempo todo, de tanto olhar. Eu era bem bobinha na época, fiquei besta com tudo aquilo. Foi minha melhor amiga um bom tempo, eu ainda a considero assim, não sei se a recíproca é verdadeira, mas não me preocupo com isso. Ela brilhava todo o tempo, e quem estava perto era automaticamente sugado para seu buraco-negro-de-luz. Essa música me lembra ela, sem um pingo de sacanagem, por favor.
E me traz fatalmente até ele, aí na foto.



"Luz e sentido e palavra -
Palavra é que o coração não pensa.

Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando quando a luz voltou.
Não falo como você fala
Mas vejo bem o que você me diz.

Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo
Prefiro acreditar no mundo do meu jeito.
E você estava esperando voar
Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?

O que sinto muitas vezes faz sentido
E outras vezes não descubro o motivo
Que me explica porque é que não consigo
Ver sentido no que sinto, o que procuro
O que desejo e o que faz parte do meu mundo.

O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo.
Vai, vem embora e volta:
todos têm, todos têm
suas próprias razões.

Qual foi a semente que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
E daí, de hoje em diante,
Todo dia vai ser o dia mais importante.

Se você quiser alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui.

Não digo nada, espero o vendaval passar.
Por enquanto eu não sei - o que você me falou
Me fez rir e pensar.
Por que estou tão preocupado por estar tão preocupado assim?

Mesmo se eu cantasse
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções do mundo...
Sou bicho do mato mas,
Se você quiser alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui.

Ou então não terá jamais a chave do meu coração.
(Eu era um lobisomem juvenil - Renato Russo)

5 de jan. de 2006

Dois Brasileiros

Já é uma certa tradição aqui no Maio os posts sobre filmes brasileiros, e muitas vezes aos pares, correto? Comecemos o ano, ora pois pois. Dos filmes, um é assistível; o outro, nem tanto, mas vale a pena assistir. Durma-se com tamanho barulho.

Mais uma vez Amor é o primeiro, com os globais Dan “Tom Hanks” Stulbach e a gostosona Juliana “bota gostosona nisso” Paes, a Boa. Uma comédia romântica com todos os pontos, is, circunflexos, e vírgulas. Muitas vírgulas. Funciona para alguns, os ultra-românticos como eu, por exemplo, até segundo aviso. Tem ritmo, portanto funciona também para os que meramente buscam diversão, ainda mais com uma “estampa” daquelas, Dona Juliana. Como diria o Faustão, dessa vez seu marido vai assistir com gosto uma comédia romântica com a senhora, madame, não tenha dúvidas. Mais tarde, ele vai até sonhar com o filme, heheheheheh... No resumo da ópera, todos ganham, esteja certa!

Nininanão, não vou colar fotinha (in)decente da moça por aqui não, usem a imaginação! Ou o Google!

Passada a animação, resta a realidade. A Juliana Paes trabalha mal, algo que ela até vinha escondendo direitinho (ao menos prá mim!), nos últimos tempos, depois da fama (Alguém lembra dela antes da fama? Eu lembro). Ela tenta, tenta, a pobrezinha, mas não consegue espantar o exagero, no papel de uma porra-louquinha apaixonada por um certinho durante vinte e cinco anos. Ela é tão fraca como comediante quanto é linda e sensual nas cenas calientes. E nas cenas dramáticas ela é um desacerto só. Resumindo, ela só é “boa” mesmo no filme na hora de trepar. Sério. Coitada.

O Dan Stulbach também se esforça, e o resultado de seu esforço é bem mais satisfatório que o da moça, embora pudesse ser melhor. É um ator que me agrada, não por parecer com Tom Hanks (o que seria óbvio demais!), nem mesmo porque de vez em quando o confundo com o Caco Ciocler (outro global de que definitivamente gosto, com ponto final). Eu o acho interessante desde os tempos em que dava raquetadas naquela moça da novela das oito, por ser o tipo de ator que veste com completude os papéis que lhe entregam. Nem sei se isto é o ideal, pois, sendo assim, parece que não sobra nada da alma do ator na hora de encenação, certo? É como colocar uma máscara que encobre seu dono. Mas, enfim, aprecio atores com tal característica.

No filme, porém, o Dan podia estar melhor. Também sobra exagero na sua atuação em muitos momentos da trama. Resta que o personagem ficou estereotipado, tal como a a outra protagonista; se foi intencional por parte da direção, não sei, o fato é que o resultado é ruim.

No mais, apesar de tudo, o filme tem ritmo, e prende. A história é gostosa, repito, para os românticos. Não por conta da trilha sonora, que não ajuda. Há boas músicas, porém mal colocadas, pecou-se por excesso também na tentativa de mostrar com elas a passagem do tempo. Há alguns bons coadjuvantes, como a mãe carioca do Dan (ali sim, uma comediante em carne e osso), ou a esposa soçaite obviamente mal-amada, ainda que não intencionalmente mal-amada.

Está bom deste filme, falei muito. O segundo filme é Cronicamente Inviável. Muita gente que viu agora deverá suspirar e pensar “Vixe...”. Ou não. Mas, enfim, é “vixe” mesmo...

Cronicamente Inviável é um filme estranho e de difícil digestão. É do tipo ame ou odeie ou fique na dúvida (eu sou deste último time). Começando pelo seu formato, que mistura ficção e documentário, de uma modo pouco convencional. Não se trata de jogar cenas reais como cenário para o enredo (o que é comum em filmes que se passam em momentos históricos, por exemplo), a escolha foi pelo modelo de documentário narrado num filme ficcional, que não fala nadica de ficção, e sim de realidade, a mais pura e cruel. Durma-se... Muito esquisito mesmo, só vendo para entender. Sobre algumas cenas, tive inclusive dúvida se eram reais ou não, de tanta autenticidade que traziam.

Os atores não são problema neste filme, mas também não são, nem de perto, as vedetes. São só elementos da engrenagem. E funcionam. Não há Protagonistas, com maiúscula, mas há alguns personagens importantes. O mesmo Dan Stulbach, na pele do moço-do-Sul-que-vem-fazer-a-vida–no-Sudeste-e-que-se-atrapalha. A Dira Paes, sempre Dira Paes. Sou apaixonada por essa atriz, sem sacanagem. Ela tá perfeita, como sempre, um reloginho, eu diria. Daniel Filho, Betty Goffman, Cécil Thyré, todos muito bem. Sem problema.

O foco deste filme são seus temas. O melhor, seu tema. O carro-chefe. O Brasil e sua inviabilidade, resumindo. Como expliquei para minha irmã, Cronicamente Inviável trata de tudo que há de ruim no país. Tráfico de crianças, tráfico de órgãos. Prostituição. Hipocrisia. Exploração de minorias, em todos os sentidos. É um bom filme, mas de difícil digestão e compreensão, repito. Eu precisarei ver mais uma vez para falar mais. Fico por aqui, portanto. Em todo caso, vale a pena arriscar.

4 de jan. de 2006

"Aiaiai, minha pipa tá no ar"



Conta aí uma, tu já empinou papagaio? Sem sacanagem (esqueçam o Sandro Becker, por favor - para quem não sabe, ele é o autor desta que está no título e de algumas outras pérolas do cancioneiro brega nordestino, e quase morreu de fazer sucesso lá pelo fim da década de 70). Pois se não já empinou, não sabe o que está perdendo.

Descobrir certos prazeres depois de velha é mesmo uma delícia, senhores. Na próxima encarnação eu vou nascer homem, está decidido, e vou poder brincar na rua quando for criança, porque afinal, o tempo é algo relativo, e eu voltarei no passado...

Telemar

A razão da minha ausência está aqui. Agradeço o link a Naomi, já que no site da Telemar consta o velho gráfico do tarifação por pulsos" - acredite se quiser...

Pára tudo.

Acabo de ter a brilhante idéia de discar o 103 da Telemar, onde um moço simpático (hein?) explicou-me que ainda não está vingando a cobrança por minuto alardeada na mídia. Que será em janeiro, mas a Telemar ainda não sabe quando começa. Mas que será em janeiro (o que contraria a informação ouvida em certo telejornal de que iniciaria em março), sim, senhora. E que ninguém a Anatel ainda não contou a Telemar qual será a tarifa.

Hein?