A saudosa arte do encontro
Publicado no JC Online, em 11/06/2009 12h51 - Ana Quitéria
Lembra que antigamente não existia celular? Era um mundo estranho, onde as pessoas não se sentiam incompletas sem o aparelhinho por perto. Um mundo diferente, onde as pessoas se encontravam. Era assim, quem queria se ver marcava um encontro. Estipulava-se hora e local, tempo de tolerância, no caso dos mais organizados e, pronto. Não era necessário mais nada. Os encontros podiam acontecer em praças, na praia, no meio da rua, na frente do cinema. Os cinemas ficavam nas ruas. Tinham calçadas na frente.
Nestas antigamências – com licença para o neologismo -, as pessoas simplesmente acreditavam que, se o encontro estava marcado, certamente iriam se ver. Claro, que existiam os bolos, mas estes eram uma maneira muito objetiva de dizer: “Eu não te quero”. Agora, com estas empresas de telefonia doidas, ficamos sem saber se o sms chegou ou não, ou se aquele alguém não quer atender ou esqueceu o celular em casa. Mas na verdade, quem é que anda sem celular? Quem não voltou para buscá-lo quando percebeu que o esqueceu? Quem não checa as ligações perdidas quando a bateria acabou? Se o telefone tocou até cair na caixa e a pessoa nunca retornou, se o sms nunca teve resposta, a mensagem é a mesma: ele(a) não te quer. Quem não tem medo disso?
Termine aqui.
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