Se existe algo que aprendi com minha muito amada mãe foi sobre a generosidade. Quem conhecer Dona Judite razoavelmente entenderá sobre o que estou falando.
A generosidade, na imensa maioria das vezes, é confundida pelas pessoas com a ausência de força, do que não se trata. A generosidade, de fato, possui muito maior relação com uma compreensão sobre o que não somos realmente. E há algo que realmente não somos : seres que não necessitam uns dos outros. Necessitamos, e necessitamos prá valer. Somos seres que se precisam, se completam, se conjugam, e nesta hora mesmo a gramática se perde...
Esses pensamentos me reportam ao Paulo Coelho, este autor tão amaldiçoado. Eu mesma, confesso, anos atrás sucumbi à pressão dos comentários (e, sim, o Paulo tem defeitos), mas em um de seus livros (O Zafir, salvo engano), ele fala sobre a “rede de favores”. Que seria justamente esta ideia de que não fazemos o bem senão a nós mesmos quando nos movemos com generosidade em direção ao outro. Fazemos hoje, mas voltará depois.
Se estou indo longe demais podem avisar, mas o fato é que este conceito me recorda um ensinamento ainda mais distante: o “dar a outra face”. O “dar a outra face” é importante e faz bem! Por mais estranho que aparente.
Então, e porque é natal (sim, por que não?), que isso faça sentido. Mas faça sentido o ano todo!
Feliz natal, pessoas!
19 de dez. de 2013
28 de nov. de 2013
Resíduo
... e parte o tempo que restara,
desfaz-se a relutante cinza,
e fica a sombra do sorriso que nossa face não conteve,
que vira voz e verso breve,
redemoinho de canção que passa
e segue...
...e que porque não principia não se finda...
...e mesmo a areia esquece...
27 de nov. de 2013
Porque a poesia renasce todo dia
FELIZ, INSUPORTAVELMENTE
Para Mario Benedetti, hermano
Aos poucos a luz perde o resplendor.
O rio sabe a sangue, e ninguém sabe.
É a derradeira chance de me ver
pela primeira vez inteiro: cara a cara.
Simplificar prefiro. Por que hesito
em revelar as águas escuras
que me percorrem, essas onde moram
peixes cinzentos, surdos, que me sabem?
Dizer me basta que não cometi
o pecado pior do homem:
o de não ser feliz (O juízo é de Borges,
que era cego, mas descobriu a rosa
escondida no coração da moça.)
Vi o fundo de um lago de esmeraldas.
Eu fui feliz, insuportavelmente.
As desgraças que duras me feriram
nada foram (contando a de existir)
ao lado dos milagres que vivi,
dos mágicos momentos que inventei.
Não é preciso ir longe. Numa noite
de ardente primavera eu viajei,
abraçado aos cabelos desvairados
que me ensinavam o cântico dos cânticos,
pelo mar dos espaços siderais.
Voltei intacto. Parece que passaram
eternidades.
Sozinho agora sou: perante mim,
ou entre mim e a noite que me chama,
espaço em que mal cabe o que escondi.
E mais de meio século de festa,
de lágrimas, de assombro, de ternura,
inútil se resume na fagulha
fugaz do tempo em que meu ser total,
resíduo de memórias, já se adere
— imperceptível —
ao silêncio noturno da floresta.
(THIAGO DE MELLO)

FELIZ, INSUPORTAVELMENTE
Para Mario Benedetti, hermano
Aos poucos a luz perde o resplendor.
O rio sabe a sangue, e ninguém sabe.
É a derradeira chance de me ver
pela primeira vez inteiro: cara a cara.
Simplificar prefiro. Por que hesito
em revelar as águas escuras
que me percorrem, essas onde moram
peixes cinzentos, surdos, que me sabem?
Dizer me basta que não cometi
o pecado pior do homem:
o de não ser feliz (O juízo é de Borges,
que era cego, mas descobriu a rosa
escondida no coração da moça.)
Vi o fundo de um lago de esmeraldas.
Eu fui feliz, insuportavelmente.
As desgraças que duras me feriram
nada foram (contando a de existir)
ao lado dos milagres que vivi,
dos mágicos momentos que inventei.
Não é preciso ir longe. Numa noite
de ardente primavera eu viajei,
abraçado aos cabelos desvairados
que me ensinavam o cântico dos cânticos,
pelo mar dos espaços siderais.
Voltei intacto. Parece que passaram
eternidades.
Sozinho agora sou: perante mim,
ou entre mim e a noite que me chama,
espaço em que mal cabe o que escondi.
E mais de meio século de festa,
de lágrimas, de assombro, de ternura,
inútil se resume na fagulha
fugaz do tempo em que meu ser total,
resíduo de memórias, já se adere
— imperceptível —
ao silêncio noturno da floresta.
(THIAGO DE MELLO)
5 de set. de 2013
31 de ago. de 2013
Reflexos de uma tarde gris
Algumas pessoas vêm ao mundo, vocês olha suas fotos (fotos são tão fáceis nesses dias!), são tão perfeitas, naturais, simples, puras! Somos nós os antinaturais. Os que desejam desvirtuar a harmonia. Os cujos sonhos maculam as noites. Os inquietos da vigília. Aqueles, os outros, permanecem em suas redomas de fantasias e cores. Que direito temos nós de tirá-los de lá? Quebrar o vidro? Nenhum. Deixa eles lá.
23 de jul. de 2013
13 de jun. de 2013
6 de jun. de 2013
30 de mai. de 2013
23 de mai. de 2013
12 de abr. de 2013
Hoje
Sentimento bom de força que nunca seca. Paz na alma. Essas coisas, se aproveita.
"Se inventar é o meu destino,
invento e invento-me."
(Lêdo Ivo)
"Se inventar é o meu destino,
invento e invento-me."
(Lêdo Ivo)
21 de mar. de 2013
12 de mar. de 2013
9 de mar. de 2013
5 de mar. de 2013
Vício
Estar aqui
prá não estar consigo,
é sempre isso.
Adentra a solidão do vício,
pula o precipício,
no abismo
vai se encontrar.
prá não estar consigo,
é sempre isso.
Adentra a solidão do vício,
pula o precipício,
no abismo
vai se encontrar.
3 de mar. de 2013
26 de fev. de 2013
7 de fev. de 2013
6 de fev. de 2013
3 de fev. de 2013
Música do Pará
Aí impossível não lembrar da Fafá.
Eu ia postar um vídeo antigo, mas ela se apresenta muito melhor agora...
30 de jan. de 2013
27 de jan. de 2013
"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava
sempre começando, a certeza de que era preciso continuar
e a certeza de que seria interrompido antes de terminar.
Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um
passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte,
da procura um encontro."
- Fernando Sabino; "O Encontro Marcado"
Um dia triste esse 27 de janeiro.
- Fernando Sabino; "O Encontro Marcado"
Um dia triste esse 27 de janeiro.
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