27 de nov. de 2006

Não li, não li, não li

Eu já tinha ouvido muito falar sobre o blog da Laura, tá, confesso. Mas sinceramente não recordo se já tinha ido lá. Agora, fui, e não devo mais esquecer. E, lá, não me perguntaram, mas, enfim, eu responderei quais foram os livros que não li até o fim:

-O Mundo de Sofia, obviamente.
-O Senhor dos Anéis, obviamente.
-e o pobre coitado A Maçã no Escuro, da Clarice Lispector, uma autora que é um túmulo para mim, infelizmente. Digo, não conseguimos nos entender (à exceção nos seus contos!), e, salvo engano, comprei o livro só porque achei um título lindo em demasia. Lá está ele, o livro, vigilante, a repreender-me. Vou doá-lo a biblioteca amanhã, se não parar com isso...

Bom, é claro que houveram outros livros, mas por hora não recordo. E você, que livros insuportáveis já passaram por sua vida?

22 de nov. de 2006



Silêncio da noite que dorme.
O respirar leve da casa.
Sossego da ave na planta.
Só o asfalto a ressonar displicentemente.

Da Globo

Ah, que novela tétrica, essa das oito. Até a música, a distância, já enjoa. Sim, esse pianinho com orquestra. Mané Carlos, tem pena do povo, sô. Pobrezinhos dos viciados nela. A única coisa que me apetece um tanto é saber se essa menina com bulimia vai ficar boa (vai, é claro, é novela) , ainda que anoréxicas me deixem nervosa (porque eu fui em outra encarnação, sabem?). Mas ela com essa cara de não-sei-quê comendo biscoito na cama, é de amargar. Ainda mais adispois do pai barbudo de seu namoradinho lindo tê-lo levado para escolher garotas-de-programas-de-boate e o rapaz ter pedido um táxi. Isso ainda existe, sinceramente? Pai levar filho prá virar homem? Tenha dó, Seu Mané...

Só tô aqui esperando Redentor. Que eu sei que não será muito bom, mas, enfim, experimentarei. Pelo menos o elenco é bom.

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Ontem, ao menos, pude gargalhar com a Marinete algemada à cama...

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Agora, está naquela musiquinha da mulher-cantando-com-um-ovo-na-boca. Aquela, que é igual a do dia que rasparam a cabeça da Carolina Dickeman na outra novela do Mané. Aquela novela, que é igual a essa.

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'Cabou. Depoimentos. Vou ao cinema nacional.

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Ia sisquecendo. Estão anunciando a Trilha Sonora Lounge, da novela do Mané. O que é isso mesmo que não lembro mais?


Update - Ê filminho ruim, sô. Nem vi até o fim. Ainda bem que vacilei todas as vezes que pegava a caixa na locadora.

20 de nov. de 2006

Médio

Arrumei mais ou menos os links dos blogs amigos. Eu disse mais ou menos (cá entre nós, ô tarefazinha sacal, sô). Aproveito a oportunidade para, de público, pedir desculpas aos muitos que não tenho visitado nos últimos meses. É que sou uma pessoa relapsa mesmo, fazer o quê... Ah, vocês também são, né (alguns, que eu tenho os meus fiéis, eu sei...)

O pavão



Posta-se à sombra o pavão,
tecendo com o bico, para o sol, sua longa paisagem de ave.
Empertiga-se finda a triagem,
recordando para si a própria imagem.
É alto, único e sóbrio.
Caminha imune à cobiça dos seres circundantes que o observam, trêmulos:
porque se sabe.

18 de nov. de 2006

Todo mundo espera alguma coisa
(sábado à noite)

Palavras, essas coisinhas que coçam.

(Faz dias tá na cabeça, humpf)

"Bom dia: eu dizia à moça
que de longe me sorria.
Bom dia: mas da distância
ela nem me respondia.
"
(Drummond)

T'aqui completo, achado num blog tão lindo, tão lindo, pena que aparentemente a moça não escreve mais lá.

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Juntas à música, palavras são um desengano.

(Outra, que começou agora)

"Hoje o tempo está mais firme, abre mais meu apetite
Cura e seca minha bronquite algumas folhas de hortelã
Vamos circular na praça, prenda bem esse cansaço
'Inda vou passar no Estácio, o Estácio pode me querer
"

Seu Melodia.

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Porém, definitivamente, a música do fimde foi essa, não foi, amore?

"Chatterton, suicidou
Kurt Cobain, suicidou
Getúlio Vargas, suicidou
Nietzsche, enloqueceu
E eu, não vou nada bem

Chatterton, suicidou
Cléopatra, suicidou
Isócrates, suicidou
Goya, enloqueceu
E eu, não vou nada nada bem

Chatterton, suicidou
Marc-Antoine, suicidou
Cleópatra, suicidou
Schumann, enloqueceu
E eu, puta que pariu, não vou nada nada bem
"

"Vôte, eu, hein", dirão os leitores... "A criatura pirou de vez.". Não, não, eu tô quase ótima. E a música também é ótima.

Chatterton é esse aqui, prá quem não sabia, como eu.

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Mudando de pau prá cacete: não tem um santo ou santa aí assinante da Veja que mande para mim (no maio26@gmail.com) a reportagem sobre blogs que saiu dia desses? Sim, acho que foi na Veja. É, quero ler. Auto-conhecimento é tudo, vocês não sabiam?


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Ah, antes que eu esqueça: eis um trauma vencido. Alvirubras (lindo nome, não?) saudações. Agora vou aos sonhos, que o dia foi longo. B'as noites.

16 de nov. de 2006

Oito Anos

Ó céus... Ó idade...

Porque as coisas tem nome normal e nome científico?
Posso dizer porque acho?
Porque eu não posso tirar minha sujeira das unhas com os dentes?
O que são germes?
Quem é esse aí na foto?
Mãe, quanto é um patins?
Posso ir prá casa de Bela?
O que é "logotipo"?
O que é "trincheira"?
O que é "casual"?
O que é "atitude"?
Porque eu não posso olhar isso?

Qualquer semelhança com essa aqui NÃO é mera coincidência.

14 de nov. de 2006

Mais um, na linha batida mas boa dos textos de auto-ajuda. E outras coisinhas mais.

Recebi este texto enorme da Martha Medeiros, Nossa Vida, a Melhor Resposta, que não postarei aqui como faria em outros tempos por amor à alguns leitores que já disseram “não vou ler, muito grande” (eu lembro, viu, Palpi, ;-)). Martha Medeiros, uma boa moça... Querendo, leiam. O único lugar em que o encontrei no Google foi neste blog Entrelaços, post do dia 12/11. Bem que vale o trabalho, se você já não recebeu por email (o que é bastante provável).

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Explicação para o comentário do post "Os Filhos de Escorpião" ("O Derradeiro"): essa série começou com Sagitário (Oi, Lula!) então, vocês que gostam de horóscopo como eu sabem que acabou. Que pena. Só são doze os signos. Já tô com saudade.

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Explicação para os últimos sub-titles: música do Zé Geraldo, "a Terra de Gibran".

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Fiz um grande esforço ontem à noite para rever o Daniel de Oliveira na pele do Cazuza, apenas para ter saudades do Lauro Corona e pela trilha sonora, com a qual não me contenho. Obviamente não são as únicas coisas boas do filme, enfim... Bom, na parte em que ele adoece não vi mais, porque não gosto. Ademais, tinha pego o último dvd de Anos Rebeldes. Foi justa a troca, rever a Heloísa sendo alvejada e o João Alfredo voltando do exílio...

Olha aê a linda criança... Com o Falabella e a Lucélia Santos.



Lauro Corona


... e a segunda criança linda...



Daniel de Oliveira


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Por fim, a frase do dia, ou da semana, do mês, sei lá (desculpem, mas não posso dormir sem esta): cada um só dá o que tem. Mas não é mesmo?

13 de nov. de 2006

Aos Filhos de Escorpião - O Derradeiro




"É o reino da força
Vermelho é a cor do teu coração
Ferro em brasa na casa da morte
É o escorpião
A força criadora que habita o mundo
O animal da auto-regeneração
O homem que renova, signo fecundo
O fim planta o início
É a transmutação
Cabala do grande sinal
Cabala da força do ...."

(Oswaldo Montenegro - do musical A Dança dos Signos)

9 de nov. de 2006

Teseu e o minotauro

Voltou-se o minotauro para o herói, isto bem no meio do labirinto, e expôs, às gargalhadas:

-Entendo tão perfeitamente este quê em seu sorriso, caro herói, mas, infelizmente este é um labirinto. Reconhece o termo? La-bi-rin-to. “l-a-la-b-i-bi-r-i-n-rin-t-o-to”. Sabe o que é, querido? Pode se entrar, não se pode sair. E eu, sabe o que sou? Mi-no-tau-ro. Precisa soletrar?

O herói bem que tentou relaxar a musculatura, mas mordeu o lábio. Muito imperceptivelmente. Tem mil olhos porém o minotauro.

O novelo coçava em suas mãos.

“Não tenho tempo para pensar”, suspirou a mente do herói, antes de cravar longamente entre os olhos do monstro a espada mágica com que Ariadne lhe presenteara...


7 de nov. de 2006

Um chamado desses...

... e euzinha não atender?

Nem morta.

Vai, Cecília, canta teu canto, ainda que triste, porque é seu dia. Porque vou lhes contar um segredo, não é fácil encontrar um poema alegre da Cecília. A Cecília é uma poetisa da tristeza, o que não é uma pena para a arte, mas deve sim ter sido para ela. Qual não foi a minha surpresa ao encontrar isto, vejam! Uma pedra preciosa!
Quase penso eu não ser dela. Mas é, sim. Gostei tanto que vou colar numa parede lá em casa, heheheh...

A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.



Ops. Quase esqueço. Fui chamada para a Blogagem Coletiva pelo Lino. Agradeço a lembrança!